Alunos do curso de Pedagogia da
UFSC, do NADE (Núcleo Aprofundamento Diversificado de Estudos), sob cuidados da Profª Mônica Fantin, tiveram a oportunidade de conhecer um pouquinho sobre o cinema
de animação em dois momentos distintos, em dois encontros com duração de 2h30 cada.
No primeiro momento, apresentei
alguns brinquedos ópticos, como o traumatrópio, zootrópio e cineógrafo (flipbook), para
ajudar na compreensão do princípio do movimento e o fenômeno da persistência da
visão. Também apresentei alguns exemplos do início do cinema de animação, como o Humorous Phases of Funny Faces e a animação em stop motion Cameraman's Revenge de Ladislaw Starewicz.
A partir dos exemplos, falamos um
pouco sobre a diferença de 3 técnicas básicas de animação: desenho animado (2D);
stop motion e a computação gráfica (3D), também presentes no cinema live action (com a presença de seres
humanos), e os alunos assistiram vídeos produzidos nas oficinas dos anos anteriores.
E já num segundo momento, os
alunos puderam exercitar a técnica stop motion, através de diferentes
materiais, como livros de imãs; letras em eva, madeira e plástico; cenários de papéis coloridos; miniaturas;
recortes de revistas, entre outros.
A ideia era unir a compreensão do
princípio do movimento, como uma forma de iniciar a alfabetização audiovisual,
mesclando a técnica de animação com a formação de palavras, tão necessária no
trabalho com a educação infantil, sua futura (e até presente) área de atuação.
Depois de experimentarem um pouquinho de stop motion na Oficina de Cinema, os alunos do 1° segmento, em processo de alfabetização na EJA - Educação de Jovens e Adultos, na Escola B. M. Almirante Carvalhal de Fpolis, assistiram o curta Desejos, de minha autoria.
Esta singela história, contada e vivida por minha avó, despertou memórias e histórias do grupo, que animados, reviveram experiências, e relataram desejos realizados e não realizados, após a construção coletiva e oral do filme.
Listados os desejos no quadro, selecionamos alguns deles para exercitar a primeira atividade de filmagem e produção de objetos.
Confira abaixo os relatos e as imagens que o grupo produziu, editadas por mim, neste primeiro momento da oficina de cinema.
Alunos das mais diversas fases do
Curso de Pedagogia da UFSC puderam experimentar um pouquinho da técnica stop
motion na Semana da Pedagogia 2014.
Além de se familiarizarem com o
cinema de animação, eles experimentaram materiais diferentes, aliando
alfabetização escrita e audiovisual, para pensarem em novas e possíveis
abordagens em suas áreas de atuação.
Para animar, os alunos usaram aplicativos de celular, como o "stop motion" no IOS (iphone) e app similar no Android.
Em agosto, os alunos do 2° EM da
Oficina de Cinema da Escola da Ilha receberam a visita do fotógrafo David Collaço, conhecido por seu trabalho fotográfico aliado à assessoria de imprensa
dos principais eventos noturnos de Floripa, entre outros belíssimos trabalhos.
Imagem: David Collaço
David apresentou os diferentes
tipos de lente, algumas câmeras fotográficas e o triângulo
‘ISO-Obturador-Diafragma’, que seriam funções/ferramentas básicas principais ‘sensibilidade+velocidade+abertura da lente’ no equipamento fotográfico (digital).
Com estas novas noções técnicas
unidas às noções de composição de imagem que trabalhamos ao longo do ano, os
alunos percorreram a escola (e também outros espaços) para experimentar esta rica
combinação, imprimindo um olhar mais profissional em suas fotografias.
No final do 2° Bimestre, os alunos do 8° e 9° anos da Oficina de Cinema da Escola da Ilha, conheceram um pouquinho sobre a narrativa clássica hollywoodiana (jornada do herói) e os 4 principais grandes gêneros do cinema e suas características básicas: DRAMA (conflitos psicológicos), COMÉDIA (peripécias dos personagens), SUSPENSE (criação de expectativa) e AVENTURA/AÇÃO (conflitos físicos).
Os alunos se reuniram em grupos para formular ideias para a produção de vídeos de curta duração, incorporando características dos grandes gêneros.
Eles passaram por algumas etapas básicas, como a elaboração do roteiro cinematográfico; a decupagem do roteiro em planos, através do storyboard; a decupagem de produção; o planejamento; as filmagens e a edição.
Esta atividade ajuda a desenvolver habilidades como o trabalho em equipe, disciplina, organização, estímulo da criatividade com limite de tempo e espaço, tomada de decisões, aplicação do conhecimento na prática, entre outras.
Entrei para conferir o conteúdo e descobri OURO!! Imperdível!!
O criador e apresentador Pablo Diego consegue sintetizar de uma maneira dinâmica e clara, em vários micro-episódios, um pouquinho sobre a história do cinema e suas peripécias através do tempo. Confira:
Episódio 1: Pré-cinema - Louis Le Prince, um dos pioneiros do cinema, e sua obra Leeds Bridge.
Episódio 2: A invenção do cinema - Irmãos Lumière
Episódio 3: George Albert Smith e os primeiros planos cinematográficos
Episódio 4: O mágico Georges Méliès
Episódio 5: Planos, movimentos, efeitos e afins
Episódio 6: Edwin S. Porter e a noção de continuidade + o cinema 3D
Confira o resultado da primeira atividade com alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) em processo de alfabetização, da Escola Básica Municipal Almirante Carvalhal!!
A ideia era incentivá-los a formar palavras e frases (dependendo do nível de cada um) para animá-las com a técnica stop motion, via celular com aplicativo específico! Alfabetização dupla: da escrita e do cinema!
Alguns alunos já começaram a compreender a ideia de efeitos visuais e da imagem em movimento, que possibilitou a invenção do cinema há mais de 100 anos.
Ao final do 2° Bimestre os alunos de todas as 3 turmas das Oficinas de Cinema da Escola da Ilha foram convidados e desafiados a realizar uma atividade não-obrigatória extraclasse: O Minuto de Férias!!
Em 60 segundos eles deveriam imprimir seu olhar sobre suas férias, de maneira completamente livre. Eles poderiam usar fragmentos de vídeos, fotografias, música, gravar depoimentos e/ou misturar todos estes elementos numa versão final editada.
A ideia era dar continuidade às aulas de cinema, estimulando a produção e edição de imagens, de maneira organizada e focada. A não-obrigatoriedade acaba contagiando apenas alguns alunos, mas ainda assim há sempre os interessados em aprender cada vez mais sobre o universo do cinema.
Este ano, vários alunos do 2° ano do Ensino Médio resolveram topar o desafio. Confira:
Autora: Carolina
Autor: Frederico
Autora: Clara
Autora: Nicolle
Autora: Jéssica (convertido para versão de baixa qualidade)
E este aluno do 8° ano, o Gabriel Bassetti, teve a oportunidade de realizar uma baita viagem nas férias e também foi convidado a realizar a atividade, para compensar sua ausência em várias aulas. Confira:
Aluno: Gabriel Bassetti (convertido para versão de baixa qualidade)
Apresento aqui os "Minutos Méliès" produzidos neste 1º Bimestre pelos alunos do 8º e 9º anos da Oficina de Cinema da Escola da Ilha, 2014.
Esta atividade possui 6 regras básicas:
-duração de 60 segundos -uso de trucagens -câmera parada -sem cor -sem som direto -trilha instrumental
O intuito desta atividade é apresentar aos alunos, o grande pioneiro, Georges Méliès, conhecido como pai das trucagens no cinema, relacionando seu legado e sua participação na história do cinema aos atuais efeitos especiais, ou até às trucagens contemporâneas de Zach King, feitas e compartilhadas pelo celular, no aplicativo Vine.
O quadro 'Detetive virtual' do Fantástico
ensina alguns truques de Zach King
Em aula, assistimos alguns dos curtos filmes de Méliés, como "As cartas vivas" e "O homem de várias cabeças", seu famoso "Viagem à lua" (1902)" e um trecho de "A invenção de Hugo Cabret", de Martin Scorsese (2012), que mescla a história fictícia de Hugo, com traços da história de Méliès.
Além disso, os alunos assistiram às trucagens realizadas nos anos anteriores, e esboçaram algumas ideias, para então experimentá-las nas filmagens e na edição de vídeo.
Alguns alunos aprendem a filmar e a editar nesta oficina, mas outros já trazem um repertório de experiência e conhecimento em filmagem e edição super ricos, que tornam o exercício ainda mais interessante.
Confira o resultado:
Alunos do 9º ano: Gabriel Donadel, Pedro e Vinicíus
Alunos do 8º ano: Eric, Gustavo Anthony, Marcelo e Bruno
Alunas do 8º ano: Manoela, Maria Eduarda e Julia
Alunos do 8º ano: Lucas, Gabriel Bassetti e Victor
Alunos do 8º ano: Augusto, Caio e Juan
Alunos do 9º ano: Gustavo Hellmann, Gui Barcellos, Artur e Paul
Olá, pessoal! Estamos em 2014 e a Oficina de Cinema da Escola da Ilha deste ano está ainda melhor!
Para iniciar a socialização dos nossos trabalhos, farei um relato de experiência com os alunos do 2º EM, que este ano, entram em contato com o universo cinematográfico, através da fotografia.
A ideia é sensibilizar seus olhares para o mundo das imagens, além de ampliar seu repertório, para que múltiplas e ricas leituras possam ser feitas diante de tudo que tem contato.
Iniciamos o ano fazendo fotografias livres e debatendo sobre suas fotos e o que elas transmitem para cada um.
Autora: Nicolle Autor: Luan
Para que esta discussão ficasse ainda mais rica, visitamos a exposição Translitorânea de Andrea Eichenberger, no Museu da Escola Catarinense, numa deliciosa tarde de quinta-feira, atividade extraclasse, que os alunos voluntariamente toparam fazer, tornando a experiência ainda mais interessante.
A exposição “Translitorânea”, de Andrea Eichenberger, que conquistou o Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2013 e reúne imagens fotográficas captadas ao longo da BR-101, uma das maiores rodovias do Brasil que corta o país de norte a sul. Com uma extensão de 4.542 quilômetros, ela segue o litoral em seu sentido longitudinal, com ponto inicial em Touros (RN) e término em São José do Norte (RS). Na mostra “Translitorânea”, o público poderá observar a margem da rodovia de maneira particular, para além de um lugar de passagem.
A exposição
Das centenas de fotos coletadas na viagem, o curador Michel Poivert, crítico e historiador da arte, professor na Universidade de Paris 1 Panthéon Sorbonne, escolheu 30. Com o foco na vida, as imagens apontam para singularidades visuais, à diversidade sociocultural, interligam diferenças, semelhanças e contrastes. O trabalho estabelece um ponto de encontro entre a arte e a antropologia e inscreve-se nas discussões atuais sobre fotografia documental.
Em aula, expliquei o nome da exposição, a proposta da autora e o que eles iriam encontrar, mas deixando algumas surpresas para o momento (como a máquina de escrever) e a ausência de título ou 'explicação' para as fotos.
Primeiro deixei eles explorarem o espaço, e depois pedi que cada um escolhesse a foto que mais chamou sua atenção e todos nós nos reunimos para discutir a foto escolhida.
Cada aluno dizia porque havia escolhido aquela foto e as justificativas eram variadas. Em seguida, eu perguntava se mais alguém havia feito a mesma leitura ou alguma leitura diferente do colega. Em cada foto, as intervenções e colocações eram diferentes.
Seguem algumas:
O Luan escolheu essa foto porque o rosto tampado o incomodava e intrigava. Será que ele não quis aparecer ou foi a fotógrafa que pediu para ele tampar o rosto? E a Jéssica também escolheu esta foto porque lembrava do filme Homem de ferro 2 e achou a foto posada. Discutimos então sobre a ideia dos 'arranjos inconscientes' de Walker Evans, comentado por Andrea em entrevista ao Missão Casa, de coisas que estão dadas e parecem prontas para serem fotografadas.
O Gianluca escolheu esta foto porque achava a senhora simpática. Jéssica comentou que a senhora a fez lembrar da avó, que tem uma cadeira muito parecida e que às vezes tinha que ficar horas ouvindo a avó falar. Discutimos sobre o tempo de vida dos idosos e como esse tempo os tornam contadores de histórias.
Renan escolheu essa foto porque lembrava uma foto que seus avós tinham na parede. Falamos sobre o vínculo afetivo que influencia nossa relação com as fotos. Falamos também sobre a direção de arte no cinema, como os objetos e cenários contribuem para revelar traços da personalidade dos personagens, mesmo que conscientemente o espectador não perceba.
O sensível Antônio escolheu essa foto porque ficou imaginando para onde estaria indo essa mulher. Conversamos sobre a presença da bagagem. Se fosse viajar sozinha, muita bagagem, se fosse tudo que tinha na vida, pouca bagagem.
A Clara escolheu esta foto porque as fotos das crianças a intrigavam. Todos acreditavam que eles eram pais das crianças e elas haviam morrido ou desaparecido. Quando contei que eles eram fotógrafos (e foi a única foto que revelei o que sabia sobre), todos ficaram muito surpresos, e provoquei-os para pensarem o que mais eles haviam concluído das fotos, que poderia facilmente ser descontruído com outra hipótese.
Frederico escolheu esta foto, a maior da exposição, porque achou a foto equilibrada, leve e 'um sofá no meio do nada' é intrigante. Alguns acharam o sofá bem conservado para ter sido encontrado no meio do nada, outros disseram que por não verem o sofá inteiro, não teria como saber o seu real estado. A maioria acredita que o sofá tenha sido mexido para a fotógrafa conseguir a foto, contrariando novamente a ideia dos 'arranjos inconscientes'.
Houveram outras fotos, mas não foram encontradas no blog da autora, para aqui colocar:
Foto dos pedreirosde laranja - o ar seguro do homem ao centro da foto intrigava Nicolle. Jéssica lembrou da famosa foto dos trabalhadores no topo do Empire State nos EUA. Perguntei porque ela achava que eles eram trabalhadores da construção e ela apontou para a logo de uma construtora no uniforme laranja e deduziu que eles estavam sentados em sacos de cimento. Achei curiosa sua observação, já que eu mesma não havia reparado neste detalhe e achava que eles eram garis pela cor de seu uniforme. Conversamos sobre como os detalhes das fotos podem oferecer informações sobre as pessoas e lugares retratados.
Foto da quadra vazia -A Ingrid achou a foto bem composta, equilibrada e simétrica. O céu da foto chamava sua atenção. Um aluno achou a quadra deteriorada e abandonada. Outros ficaram surpresos porque não prestaram atenção nisso.
Outras fotos comentadas:
Antônio destacou a religiosidade muito presente nesta foto e em outras (tatuagem de jesus, cruz, imagem de jesus emoldurada pelo pneu) e alguns defenderam que a fotógrafa compôs os elementos para esse fim, contrariando a ideia de 'arranjos inconscientes' novamente.
Também falamos sobre a relação das fotos. Pessoas diferentes em lugares diferentes e como a profissão na maioria das fotos está em destaque. Pessoas marginalizadas, que fazem parte do nosso dia-dia, mas que muitas vezes não percebemos sua presença.
No final da visita, com duração de 1 hora, pedi para os alunos comentarem sobre a experiência de ter ido à exposição.
Todos disseram que gostaram bastante e alguns alunos disseram que se não fosse pela escola, não teriam ido na exposição, e outros dois alunos disseram que teriam ido porque costumam ir com os pais em museus e exposições. Falamos sobre a sensibilidade do olhar, através do repertório construído, e como a influência dos pais contribuiu para isso. Para alguns, foi a primeira vez que eles foram numa exposição de fotografia ou museu.
Alguns alunos também disseram que se tivessem ido sozinhos, talvez teriam passado rapidamente pelas fotos e achado tudo uma baboseira (palavras deles), mas ao conhecer o contexto da exposição, e debaterem com os colegas, a exposição se tornou interessante. E que a oficina de cinema está ajudando nesse aspecto. (ponto pra profe!)
Nós conversamos bastante em aula, sobre a sensibilidade do olhar e ampliação do repertório para que ele se torne mais rico e permita múltiplas leituras do mundo e da própria arte. Uma aluna então, que é bailarina, falou de uma dança contemporânea que seu grupo apresentou no ano passado e o público não compreendeu a proposta. É preciso preparar o público e educar seu olhar para que fique mais sensível diante do mundo que se apresenta para si.
E por fim, alguns acreditavam que as fotos deveriam ter explicações ou títulos, e outros disseram que é por não ter, que a imaginação sobre as fotos é mais livre. Falamos então sobre a ideia de encontro com as fotos, proposta pela autora, a riqueza dos diferentes olhares quando não se sabe tudo sobre a obra ou foto, e a importância de manter a 'mente aberta' para a possibilidade de fazer ( e receber) as inúmeras leituras possíveis.
Enfim, estes foram alguns pontos levantados e que podem ajudar outros professores (e interessados) a pensar em diferentes maneiras de sensibilizar os olhares de seus alunos sobre a arte, sobre a fotografia e sobre o cinema!