quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Outras matérias: arte, cinema e educação

1.Um mundo de imagens para ler
Ao desvendar o universo visual de seu cotidiano, o aluno vai conhecer melhor a si mesmo, compreender sua cultura e ampliá-la com a de outros tempos e lugares.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/mundo-imagens-ler-426380.shtml


2.Imagens para ler: fotografia, cinema e análises audiovisuais
Ao unir fotografia, cinema e análises audiovisuais, Educador Nota 10 mostra às 7ª e 8ª séries que filmes e vídeos são mais que diversão

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/imagens-ler-466962.shtml

3.Olhar criativo e as situações didáticas de Arte
Estimular a imaginação, despertar a sensibilidade, ampliar horizontes e deixar a criança experimentar são formas de ensinar a disciplina

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/olhar-criativo-424836.shtml

4. Um cotidiano de imagens
No século XXI, a leitura e a interpretação de informações visuais são conteúdos que precisam ser trabalhados desde a Educação Infantil

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/cotidiano-imagens-514690.shtml

5. Cinema na escola
Os filmes dão subsídios para trabalhar inúmeros conteúdos, estimulam debates e permitem ampliar a percepção da turma sobre um assunto

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/cinema-escola-filmes-tecnologia-audiovisual-556044.shtml

6. Cinema une arte e informática
Turmas de 3ª e 4ª série já podem brincar de cineasta, produzindo curtas no computador. Um projeto com vocação interdisciplinar

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/cinema-une-arte-informatica-424909.shtml

7. No escurinho da classe
Professora explora a linguagem cinematográfica e turma começa a apreciar e produzir filmes

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/escurinho-classe-429647.shtml


8. Dos diretores de cinema para os de escola
Pensar na gestão de uma instituição não requer isolamento e porta de gabinete fechada. A seguir, sugerimos uma lista de filmes com conteúdo propício à reflexão, para ser vistos em hora de folga ou com a equipe no trabalho

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/diretores-cinema-escola-423970.shtml


9. Uma sessão de magia
Que tal um cineminha? Escolha um bom filme nacional e brinde a turma com uma aula

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/sessao-magia-423093.shtml


10. Movimento parado - artes visuais e animação
Habilidade - Conhecer a técnica de animação stop motion & Tempo estimado- Duas aulas
A resenha de VEJA sobre o novo filme de Tim Burton chama a atenção para a inusitada utilização de um boneco de juta como protagonista. Oriundo dos Estúdios Disney, Burton, na verdade, é dado a inovações e já ganhou espaço na história do cinema de animação. Uma história que você pode explorar em sala de aula com a certeza de que a turma vai ficar animada...

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/movimento-parado-532547.shtml

Edição Especial ARTE - http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/012.shtml

O uso de tecnologias nas aulas de Arte

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/uso-tecnologias-trabalhos-arte-475850.shtml

Conteúdo: Desenho - Pintura - Escultura - Colagem

Introdução
Como a tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento estético? Uma colher de pau, um lápis, um relógio de pulso ou um ônibus espacial são tecnologias. Essas são formas que o ser humano encontrou para realizar suas ideias e falar do que precisa. Mas nenhuma ferramenta trabalha sem a vontade do individuo. Nenhuma tecnologia substitui o desenho, o desígnio, o projeto.

Na escola, o mais importante no ensino da arte é colocar o aluno em contato com diferentes maneiras de expressar suas ideias, para que amplie suas capacidades comunicativas e descubra suas próprias formas de utilizar os recursos existentes. Será no dialogo entre as linguagens, que cada um irá se aprofundar no funcionamento das dinâmicas de composição da imagem a partir de suas próprias necessidades expressivas.

É muito importante colocar os alunos em constante estado de atenção e reflexão sobre as formas de utilização da imagem na sociedade contemporânea, tanto em relação àquelas produzidas com intenção artística, como todas as que os meios de comunicação se apóiam para passar suas mensagens.

As imagens que cada vez mais ganham lugar de destaque nas mídias de massa compõem um universo de elementos que passamos a referenciar para transmitir nossos desejos, projetos e medos. O que vemos é uma profunda padronização do aspecto formal no arranjo desses pedaços. Pessoas e lugares aparecem nas composições artísticas e comerciais, como se existisse apenas um caminho de comunicação. Apenas um padrão estético.

Corpos “photoshopados”, resoluções infinitas em gigantescos outdoors, avanços técnicos na produção gráfica e, principalmente, a velocidade de propagação das imagens fazem com que se abram novas possibilidades de expressão e uma necessidade de estabelecer uma educação estética que englobe estes aspectos contemporâneos de elaboração de formas visuais.

É interessante levar essa discussão para a sala de aula, apresentando aos alunos propostas de atividades que utilizem mídias eletrônicas e/ou digitais.

Objetivos
Ampliar as possibilidades expressivas e reflexivas no processo de construção da imagem contemporânea.

Conteúdo específico
Colagem, fotografia, edição digital, comunicação visual e poética pessoal

Anos: 8º e 9º

Tempo necessário: 18 aulas

Material necessário
Um computador com scanner e software de edição de imagens, uma câmera digital (ou câmera de celular), uma impressora colorida, tesouras, estiletes, cola branca, canetas diversas, um retroprojetor, papel, transparências para impressão, canetas de retroprojetor, papeis coloridos diversos, revistas diversas, folhetos e flyers de distribuição gratuita, fotos antigas ou de família.

Desenvolvimento

1ª etapa: coleta e reflexão (2 aulas)
Desde o início do projeto, os alunos devem se sentir pesquisadores de um universo visual que irá envolver tanto aspectos da linguagem plástica como questões ligadas ao comportamento humano.

Na primeira aula, você deve apresentar à classe vários tipos de imagens que costumamos ver em nosso cotidiano, como pranchas com obras de artistas renomados, recortes de revista, panfletos distribuídos na rua, fotos de família etc. Se for possível, coloque todas essas imagens em um mesmo suporte, como uma cartolina preta, por exemplo.

Apresente aos alunos todas as imagens e, em seguida, inicie uma discussão com as seguintes perguntas:
- Qual a diferença entre as imagens?
- O que cada uma quer comunicar?
- Como foi feita cada uma delas?
- Por quem foram feitas?
- Para que serve uma imagem?

Os alunos devem expor suas opiniões livremente. É importante criar um clima de respeito entre eles. Qualquer hipótese levantada, por mais absurda que possa parecer, não pode ser descartada. Direcione o olhar dos estudantes para questões formais ligadas à composição e às técnicas utilizadas. Pergunte como cada um interpreta os diversos elementos presentes nas imagens e como dialogam uns com os outros.

Depois apresente a fonte de cada imagem e abra a discussão, levantando relações entre como percebemos e interpretamos os estímulos visuais a nossa volta.

Como tarefa para a próxima aula, peça para cada aluno trazer pelo menos três imagens de fontes diferentes, que possam ser utilizadas nos trabalhos em classe.

OBS: as fotos de família que não puderem ser recortadas podem ser copiadas ou escaneadas.

2ª etapa: colagem – o todo e a parte (4 aulas)
Toda imagem é composta de diversos elementos que, ao se agruparem, ganham novos significados. Alguns deles são signos conhecidos e fechados, outros apresentam simbologias de acordo com o meio e o receptor. Uma arma de fogo sozinha nunca vai representar leveza e carinho, por exemplo. Mas um horizonte de uma praia traz sempre ideias diferentes dependendo de quem vê. No entanto, ao unir diferentes elementos, transformamos o significado de cada parte, criando uma nova relação e uma nova mensagem.

O objetivo desta etapa é tentar re-significar os elementos presentes em diferentes imagens, recortando cada pedaço das figuras trazidas pelos alunos (você também deve providenciar outras fontes para aqueles que precisarem de mais formas). A ideia é que cada aluno construa uma nova imagem relacionada à sua personalidade, aos seus desejos e medos. O estudante poderá fazer a colagem dos elementos em um novo suporte ou em um fundo com outra imagem. Nesta fase, apresente técnicas de recorte com tesoura e estilete para garantir uma boa utilização das imagens. Se possível, crie um banco de elementos visuais que podem ser separados em pequenas caixas ou pastas para servirem de referência e de recurso gráfico.

3ª etapa: digitalizando e manipulando (4 aulas)
Nesta fase, cada aluno irá digitalizar a montagem de sua imagem. Eles deverão fotografá-las ou escaneá-las no computador.

Os assistentes do computador para este tipo de trabalho variam de acordo com suas configurações. Cabe a você explorar o software previamente a fim de se familiarizar com os procedimentos técnicos. De maneira geral, esses programas são bem simples e é possível descobrir muitas possibilidades explorando suas opções. O mais relevante é indicar como procedimento básico a resolução em que será fotografada ou escaneada a imagem. No caso de foto, o arquivo deve ter no mínimo 3 megabytes e no scanner, 300dpi.

Salve os arquivos em uma pasta do computador. Em seguida, os alunos deverão abri-los em um software de edição de imagem (pode ser comprado, mas há versões gratuitas na internet). Os estudantes poderão explorar as seguintes ferramentas:

1) Imagem. Todo software de edição digital possui em sua barra de ferramentas um item referente aos ajustes básicos. Aqui é possível explorar variações de contraste, brilho, cor, saturação, recursos de solarização e inversão de tonalidades. É um bom exercício de exploração, em que o aluno poderá estabelecer um contato direto com a estrutura da linguagem visual, exercitando sua própria poética.

2) Efeitos. Dependendo do software usado, o numero de efeitos disponíveis pode variar. Neste momento, é importante que o aluno reflita sobre a comunicação da mensagem da imagem. Explore principalmente as variações que cada efeito terá na linguagem visual, como profundidade, brilho, figura, fundo e equilíbrio.

Camadas. A grande maioria dos softwares de edição de imagem trabalha com o conceito de camadas (layers). É como imaginar diversas folhas de transparência em que cada uma está em uma parte do desenho, com uma cor ou um elemento. Sobrepostas elas constituem a imagem inteira. Ao vê-las separadamente, podemos manipular cada camada. Ao inserir algum novo recurso na imagem, você poderá abrir uma nova camada, assim será possível corrigir erros e terá mais liberdade na composição dos projetos.

Se você conhecer bem o software, use outros recursos. Experimente. Reserve um tempo longo para que cada aluno possa cometer erros que serão os caminhos de sua própria aprendizagem nas técnicas do software e ganhe assim confiança para explorar novos recursos.

4ª etapa: imprimindo e interferindo (3 aulas)
Depois da etapa de exploração dos recursos básicos do software, cada aluno deverá definir uma imagem a ser impressa. Se a escola tiver papéis com uma gramatura alta, as possibilidades de intervenção serão maiores. Este tipo de papel aguenta tinta e outros materiais a base de água. Mas é possível também utilizar papel sulfite.

Cada um deve imprimir uma ou mais cópias do seu arquivo e, a partir daí, pode realizar intervenções com canetas, papeis e outros materiais para elaborar a sua imagem. Neste momento, é importante organizar uma aula apenas para fruir os trabalhos em grupo, onde cada estudante devera relatar ao grupo seus caminhos, suas dificuldades e descobertas. Veja aqui algumas perguntas para inicia a conversa com a classe:

O que você quer dizer com esta imagem?
O que utilizou para passar essa mensagem?
Como uma cor ou uma forma podem passar uma mensagem?
No que o computador pôde contribuir para sua composição?
Como as outras ferramentas que você utilizou puderam contribuir?

5ª etapa: finalizando os trabalhos (2 aulas)
Nesta etapa do projeto, cada aluno devera digitalizar sua imagem novamente na maior resolução que o equipamento da escola suportar. Serão feitos ajustes necessários para a finalização das imagens. Há dois caminhos para encerrar o projeto:

1) Imprima o arquivo final em um papel de transparência especial para impressão.
2) Vá para a 7ª etapa: avaliação.

6ª etapa: projetando e ampliando (2 aulas)
Esta etapa é uma possibilidade de interação lúdica e corporal com a imagem produzida, tendo um olhar diferenciado, com outra perspectiva para cada composição. Em uma sala parcialmente escurecida, use um retroprojetor para que cada aluno possa colocar sua transparência e visualizar sua imagem em outra dimensão. Os alunos podem sobrepor suas transparências, criando assim novas imagens que servirão de material para novas reflexões. O professor pode tirar fotos destas explorações ou também colocar um papel preso na parede em que esta sendo projetada a imagem. Assim podem ser criados trabalhos em grandes dimensões, desenhando os limites projetados pelo retroprojetor. O professor pode ainda ter um pequeno acervo de ícones e imagens em transparência para provocar intervenções e discussões sobre a construção e a composição da imagem contemporânea.

Avaliação
É muito importante que o professor acompanhe e avalie individualmente cada aluno ao longo do processo, observando, registrando e intervindo com ações que ofereçam à classe recursos para a conscientização dos processos criativos.

No final do projeto, peça aos alunos para formarem uma grande roda, onde cada um deve, por breve tempo, expor os seus trabalhos e apresentar para a turma suas expectativas e uma autoavaliação de seu desenvolvimento na proposta.

As questões abaixo são algumas sugestões para a avaliação:

1) Sua idéia inicial foi alcançada?
2) Como cada ferramenta contribuiu para a concretização de suas ideias?
3) Como se formam as imagens?
4) Como se juntam as imagens?
5) Para que serve uma imagem?
6) Como você vê a forma em que as imagens são utilizadas nos dias de hoje?
7) Existe uma forma ideal?
8) Existe uma imagem real?

Cinema une arte e informática

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/cinema-une-arte-informatica-424909.shtml

Turmas de 3ª e 4ª série já podem brincar de cineasta, produzindo curtas no computador. Um projeto com vocação interdisciplinar

As professoras Regina e Mônica e seus cineastas: pré-estréia. Foto: Gustavo Lourenção
As professoras Regina e Mônica e seus
cineastas: pré-estréia. Foto: Gustavo Lourenção

Um olhar sobre o passado para entender o presente e, quem sabe, pressentir o futuro. Esse tema inspirou o trabalho das turmas de Ensino Fundamental do Colégio da Companhia Santa Teresa de Jesus, no Rio de Janeiro, durante 2003. Nas aulas de Artes e de Informática Educativa, a idéia levou classes de 3ª e 4ª séries a unir tecnologia e criatividade para produzir curtas-metragens que tinham como cenário a cidade e a escola do passado. A iniciativa partiu da professora nota 10 Mônica Bezerra de Almeida Lopes, de Artes, e de sua parceira de projeto Regina Lúcia Faig Torres Pinto da Rocha, de Informática, professora nota 10 em 2001. No tema do semestre as duas acharam o terreno ideal para trabalhar as linguagens do audiovisual e da animação por computador. A dupla desenvolveu na garotada a sensibilidade do olhar e a capacidade de articular informações visuais, textuais e sonoras, com auxílio de ferramentas tecnológicas. As atividades se iniciaram com a observação e a "leitura" de imagens do Rio de Janeiro capturadas pelo fotógrafo Augusto Malta no início do século passado, e do colégio, na época de sua fundação, há mais de 80 anos.

Utilizando um software de apresentação e outro de animação gráfica, as turmas produziram sobre essas imagens mais de 70 curtas-metragens, no estilo do cinema mudo.


Para encerrar o projeto, o material foi exibido no auditório da escola para estudantes, pais e convidados. A seguir a seqüência de atividades realizadas pelas professoras Mônica e Regina e seus alunos.

Plano de Aula - Tecnologia como ferramenta de criação

Objetivos

Construir, em dupla, um curta-metragem. Para cumprir essa meta, os estudantes realizaram várias atividades com diferentes objetivos. Na seleção de imagens e sons, o grupo interpretou e articulou informações. Ao roteirizar os curtas e, em seguida, produzi-los, organizou estruturas visuais, textuais e sonoras. Também aplicou a língua escrita de forma apropriada ao estilo do cinema mudo. Enquanto expunha suas idéias ao colega de dupla e negociava com ele, cada criança exercitou o poder de argumentação. Ao mesmo tempo, aprendeu a elaborar e a receber críticas. As atividades exploraram em Artes conceitos como figura e fundo, forma, cor, ritmo, movimento, proporção, perspectiva, ponto, linha, textura e leitura de imagem; em Informática foram trabalhados conteúdos como decodificação de ícones e manuseio de ferramentas nos programas PowerPoint e Kidpix.

O tempo assume várias formas no cinema. O período de exibição, a época em que se passa o enredo, a velocidade acelerada na qual os fotogramas se sucedem, enganando nossa visão e simulando o movimento. Há o tempo da própria história do cinema, que no início do século passado encantou as platéias com o filme mudo. Inspiradas por essa temática, Mônica e Regina estudaram o Rio antigo unindo a arte cinematográfica a imagens históricas. Assim, mostraram como a tecnologia pode contribuir na criação artística.


Na leitura de imagens, a mostra de uma evolução

Na primeira etapa do projeto foram apresentadas fotos do Rio de Janeiro do início do século passado, obtidas no site www.almacarioca.com.br. Para exibi-las, Mônica utilizou um equipamento antigo, preservado pela escola: o episcópio. A ambientação provocada pelo uso desse instrumento, um precursor do retroprojetor, ajudou a transportar todos para o período relatado. "Procuramos sensibilizar o olhar das crianças, levando-as a observar as transformações na moda, na arquitetura, nos transportes, nos costumes e nos eventos escolares mostrados nas fotos pertencentes ao acervo do colégio", comenta Mônica. As imagens foram impressas e dispostas nas paredes da sala de Artes. Na aula seguinte, cada aluno foi convidado a escolher uma delas e reproduzi-la numa folha de papel usando apenas lápis preto. "O exercício leva à percepção da perspectiva, das formas e dos contrastes das imagens em preto-e-branco."

Foto: Gustavo Lourenção
Foto: Gustavo Lourenção
No Laboratório de Informática, Regina organizou uma sessão de cinema — uma projeção com datashow de um arquivo de vídeo digitalizado — da fita A Cura, de Charles Chaplin (ao lado). "Selecionamos esse filme para mostrar a estética do curta-metragem e do cinema mudo", conta Regina. Após a exibição, todos discutiram as características do que viram. Em seguida as professoras apresentaram um curta-metragem produzido por elas no computador e expuseram ao grupo a idéia do projeto: a produção de filmes em dupla.

Autonomia com o micro

As fotos vistas na primeira etapa foram arquivadas nos computadores. Cada dupla escolheu uma como cenário da animação. Para operar os micros, Regina criou roteiros explicativos. "Nossa intenção foi estimular a autonomia. Por isso eu apenas orientava o trabalho, passando de dupla em dupla", comenta. Quando alguém tinha dificuldade, Regina pedia, antes de resolver o problema, que tentasse seguir o roteiro.

Hora de criar o enredo

Criadas e avaliadas as histórias, Mônica e Regina levantaram com cada dupla como transformar o que foi escrito em linguagem audiovisual. "Observamos a pertinência das idéias e a lógica dos acontecimentos e a organização textual", explica Mônica. As histórias não podiam ser muito longas e precisavam ter começo, meio e fim. Além disso, a animação dos personagens e das situações descritas tinha que combinar com a imagem escolhida como fundo.

Como produzir o roteiro

Antes de passar à fase de produção no computador, Mônica e Regina distribuíram à classe planilhas com quadros em branco acompanhados de pautas de texto, para que fosse produzido um roteiro da animação, o chamado storyboard. Neles os alunos fizeram croquis de cada imagem a ser montada no computador, descrevendo ao lado o trecho da narração a que se referia. Também bolaram textos explicativos típicos do cinema mudo. "Nessa etapa, os estudantes conseguiram identificar situações impossíveis de animar e problemas de continuidade", relata Mônica.

A aplicação dos softwares de animação

Feitos e revisados os storyboards, Regina apresentou os programas PowerPoint e Kidpix. Sempre seguindo roteiros preparados pela professora, no primeiro software os estudantes produziram os slides da apresentação, digitaram os textos de continuidade e animaram as situações. No segundo, criaram os personagens, reproduzindo-os nas diversas posições que cada história solicitava. "As crianças descobriram como usar comandos típicos da computação, como abrir, importar e salvar arquivos, selecionar figuras e utilizar teclas de atalho, como o Alt-Tab, para navegar entre os programas", relata Regina.

Personagens ganham movimento


Foto: Gustavo Lourenção
Foto: Gustavo Lourenção

A etapa da animação foi a de maiores descobertas, inclusive para Regina (ao lado). Uma série de desafios da computação gráfica precisou ser superada. Como fazer um personagem se esconder atrás de um móvel?
De que maneira dar a impressão de que ele está se movimentando em perspectiva? Qual a melhor forma de caracterizá-lo para dar idéia de que se virou de costas?

Finalização dos filmes, monitoria e crítica

Até aqui o som das aulas de Mônica e Regina era o da conversa da turma, agitada com as descobertas. Prontas as animações, o grupo entrou numa das mais divertidas fases do projeto, o da seleção de sons e músicas para sonorizar os filmes. Humor, tensão, drama... A importância da trilha sonora foi amplamente absorvida pelo grupo, que fez escolhas bastante adequadas aos roteiros.

Conforme os grupos foram finalizando seus filmes, as educadoras iniciaram um trabalho de monitoria entre os próprios alunos. "Os que terminaram antes passaram a auxiliar os colegas que ainda tinham etapas a cumprir", conta Mônica.


A interação do grupo aumentou bastante nesse momento. "Foi interessante observar como os monitores repetiam com os colegas a nossa postura como professoras", lembra-se Regina. Quando todos os grupos terminaram seus curtas, teve início a preparação da última etapa do projeto.


Na internet, em sites previamente selecionados pelas professoras, o grupo fez uma pesquisa sobre produção e crítica cinematográficas. "Preparamos uma ficha e pedimos a cada dupla que trocasse de computador com os vizinhos, para que realizasse a avaliação dos trabalhos", relata Regina.


Nessas fichas havia perguntas sobre a história criada, a coerência das imagens utilizadas e de sons e animações. Em alguns casos, os "críticos" convenceram seus colegas a fazer alguns ajustes no produto final.


Pré-estréia e CD-ROM

No final do semestre, Mônica e Regina organizaram no auditório da escola a pré-estréia dos curtas-metragens. Cada dupla ficou responsável por operar o equipamento e exibir sua produção. Depois o material foi enviado a uma produtora, para a elaboração de um CD-ROM com todos os filmes. No início do segundo semestre, o lançamento do CD-ROM trouxe pais e convidados, que se emocionaram com as produções.

Avaliação contínua

As professoras avaliaram os alunos com relação a participação, produção textual, construção de imagem, manipulação das ferramentas e organização. Também analisaram a evolução do trabalho em duplas. Observaram as que tiveram dificuldades no início mas conseguiram superá-las; as que tinham dificuldade com a informática e que passaram a dominar as ferramentas; e aquelas em que havia um membro mais dominador que o outro, mas que acabou por compreender a dinâmica do trabalho em grupo. Ao final de cada aula, Mônica e Regina faziam auto-avaliações, abordando aspectos positivos e negativos das próprias atuações.


BIBLIOGRAFIA

Formação de Educadores para o Uso de Informática na Escola, José Armando Valente, tel. (0_ _19) 13083-970, 15 reais (compra por download em www.nied.unicamp.br/publicacoes/ pub.php?classe=livro)


INTERNET
Veja fotos de Augusto Malta no site
www.almacarioca.com.br

terça-feira, 16 de novembro de 2010

'Lady Gaga e a sociologia da fama' é nova disciplina em universidade

A disciplina será ministrada na primavera de 2011 aos alunos da Faculdade da Carolina do Sul.

A excêntrica estrela do pop americano Lady Gaga, que com apenas 24 anos já reúne prêmios na música, pode agora acumular um novo troféu em sua lista de conquistas: uma disciplina universitária que leva seu nome.

"Lady Gaga e a sociologia da fama" é uma das novas disciplinas que será ensinada na Universidade da Carolina do Sul (USC, sudeste dos Estados Unidos) na primavera de 2011.

— O caso da fama de Lady Gaga é sociologicamente pertinente como objeto de estudo em relação à cultura popular e às condições atuais da celebridade — disse Matthieu Deflem, que dirigirá o curso.

Fã autoproclamado da diva de roupas extravagantes, sapatos de salto extremamente altos e videoclipes que questionam as convenções, Deflem se interessa pela cultura pop desde a década de 1960.

— A fama de Lady Gaga é um fenômeno atual que repercutirá nos interesses dos estudantes — argumenta este professor de 48 anos, que ensina terrorismo e direito internacional há 15.

Deflem reuniu-se com Lady Gaga cinco vezes e a viu em cena em 29 ocasiões. Para ele, sua ascensão meteórica até converter-se em uma estrela internacional é um fato único atualmente.

— Sua fama surgiu nos últimos dois anos em uma sociedade muito diferente em comparação com as últimas décadas — disse. — A influência da internet e das novas tecnologias foi particularmente pertinente.

O primeiro álbum da cantora, em 2008, que inclui o sucesso Poker Face, vendeu mais de 15 milhões de exemplares no mundo e acumulou vários prêmios.

No campus da USC, a informação sobre a disciplina já circula entre os estudantes, que parecem ver a novidade com bons olhos.

— Acredito que a disciplina 'Lady Gaga' terá um efeito positivo em termos de imagem para a universidade, porque mostra que o estabelecimento é aberto e oferece cursos que não necessariamente seguem as regras — afirma Kirk Broome, estudante de administração.

E acrescenta:

— Também há o velho ditado que diz que qualquer publicidade é boa publicidade.

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Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,380,3110628,Lady-Gaga-e-a-sociologia-da-fama-e-nova-disciplina-em-universidade.html

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cinema Para Todos

Tereza Porto e Adriana Rattes, no lançamento do programa, em Duque de Caxias

Acesso a produtos audiovisuais brasileiros é o que o Programa Cinema Para Todos oferece. Trata-se de um projeto da Secretaria de Estado de Cultura em parceria com a Secretaria de Educação do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Até 2010 serão distribuídos 1,7 milhões de vales-ingresso para que os alunos da rede pública estadual de ensino possam assistir gratuitamente aos filmes brasileiros lançados recentemente. Os alunos poderão ir ao cinema no dia e horário que quiserem, com direito a acompanhante, e assistirem a um ou mais filmes, nas salas parceiras do programa.

Diferente da maioria dos projetos voltados para alunos fora do ambiente escolar, que em geral realizam excursões e promovem sessões dirigidas tendo como principal objetivo a utilização dos filmes como material de apoio didático, o Cinema Para Todos busca trazer o indivíduo ao convívio com as obras cinematográficas brasileiras como atividade de lazer, que poderá, através da proposta pedagógica de cada escola, reverter-se em conteúdo didático ou estimular a reflexão e o debate. Esta nova abordagem promove a valorização da educação como forma de descobrir e entender novos mundos, ampliando o aprendizado tradicional.

O projeto teve início em novembro de 2008, em oito municípios do interior do Estado, e em março de 2009, mais quatorze municípios participarão do circuito, incluída a capital.

O fomento à exibição de filmes brasileiros, principalmente no interior do Estado do Rio, também é um dos pilares do programa. O Estado possui 92 municípios, dos quais apenas 24 contam com salas de cinema. Esse número reflete o atual quadro do circuito exibidor e recai sobre a acessibilidade dos filmes nacionais, que apesar da retomada ainda apresentam dificuldades de ir ao encontro do público.

O Cinema Para Todos não tem a pretensão de solucionar as deficiências do mercado cinematográfico. O programa busca a simpatia às obras brasileiras de uma parcela da população cujo acesso ao cinema é restrito, ao mesmo tempo em que gera o compromisso das salas de cinema em manter um ou mais filmes brasileiros em sua programação. Disso resulta um movimento entorno da obra nacional e uma receita muito bem vinda, principalmente para as pequenas salas.

Um reflexo do potencial do programa é o excelente desempenho no município de Bom Jesus de Itabapoana, extremo norte do Estado. Ali, o único cinema da cidade - Cine Mais - obteve uma taxa de ocupação da sala de 80% no primeiro final de semana do projeto, resultado melhor do que o da sala de cinema mais freqüentada na capital em todo o ano de 2007.

Outro bom exemplo é o Cine Teatro Itaperuna, que obteve excelente retorno do público, assim como Cinemaxx Unigranrio em Duque de Caxias e o Cine Glória – prédio tombado pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) em Valença, especialmente reaberto para o projeto.

Na primeira fase, foram exibidos onze longas brasileiros. Para março de 2009 estão previstos filmes como O Menino da Porteira, Verônica, Bela Noite Para Voar, entre outros.

Os vales são distribuídos dentro das salas de aula por agitadores culturais locais, criando uma rede de atuação que envolve todos os municípios participantes. Rede que envolve também as secretarias estaduais de Cultura e Educação do Rio de Janeiro, a equipe gestora da Associação Cidadela – Arte, Cultura e Cidadania, coordenadores regionais de educação, diretores, coordenadores, professores e alunos, profissionais do mercado de exibição cinematográfica e mais de uma centena de pessoas engajadas na aproximação entre o público e o cinema brasileiro.

Por Viviane Ayres

Outras notícias relacionadas:

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/nas_escolas_cinema.asp

http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/cultura/115472-cinema-para-todos-programacao-de-cinema.html

http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/cinema-para-todos-usa-tropa-de-elite-2-para-unir-educacao-e-cultura-a-favor-da-cidadania-20101022.html

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/164716/cultura-lanca-projeto-cinema-para-todos-em-cinco-municipios

http://odia.terra.com.br/rio/htm/projeto_cinema_para_todos_e_de_graca_nessas_ferias_219392.asp

http://intertvonline.globo.com/rj/noticias.php?id=9379

http://www.cidadeverde.com/clube-dos-diarios-realiza-projeto-cinema-para-todos-54888

http://www.brusque.sc.gov.br/web/noticia.php?noticia=413:fundacao_cultural_de_brusque_oferece_a_magi

http://www1.an.com.br/2004/mar/24/0ane.htm

http://culturaita.blogspot.com/2010/09/projeto-cinema-para-todos.html

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Minicurso: O cinema e o audiovisual na sala de aula

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

9º SEPEX – Semana de Pesquisa e Extensão - 2010

Data: 22/10/10 - 14h às 18h - Sala 223 - Bloco A

Objetivo: experimentar um método de capacitação de professores na utilização do cinema e do audiovisual na sala de aula, através de atividades práticas com os participantes.
Conteúdo: uso de filmes e vídeos para análise, redação, criação, releitura e discussão.

1. Usar o cinema/audiovisual como ferramenta de expressão artística. (criação, releitura, adaptação, extensão)

2. Usar o cinema/audiovisual como objeto de análise. (discussão: estrutura, narrativa, personagens, tema)

PONTOS DE PARTIDA – Ser o MEDIADOR entre filme/audiovisual

-Selecionar algum filme/audiovisual de interesse pessoal e relacioná-lo ao conteúdo/proposta.

-Pesquisar algum filme/audiovisual que possa se encaixar numa proposta prévia.

-O filme/audiovisual pode ser levado para sala de aula OU o repertório do aluno pode ser aproveitado OU o aluno pode ter a tarefa (TV, DVD, YOUTUBE, INTERNET) de ver em casa (ideal tarefa específica) e a atividade ter continuidade na sala de aula.

CUIDADOS:

-Não fazer do filme/vídeo um tapa-buraco de aula, sem uso OBJETIVO e PLANEJAMENTO prévio.

-Pesquisar o máximo de INFORMAÇÕES sobre o filme/vídeo

-Ter noções sobre LINGUAGENS (cinema, comercial, reportagem, videoclipe, telenovela) e MÍDIAS (cinema, tv, dvd, internet, celular)

ALGUNS LEMBRETES:

-A imagem em movimento surgiu com o CINEMA e suas transformações se adaptaram a outras linguagens e mídias, como TELEVISÃO, DVD, INTERNET e CELULAR, conforme evolução da humanidade, mas estas mídias também influenciam o fazer cinema hoje.

-Narrativa Clássica Hollywoodiana - TELENOVELAS: personagem(s) e objetivo(s) – obstáculo(s) – solução (s) e desfecho.

-Composição de PLANOS Cinematográficos: GPG, Geral, Conjunto, Inteiro, Americano, Médio, Primeiro, Detalhe

-Grandes GÊNEROS ficcionais: drama, comédia, aventura e suspense

-ESTRUTURA básica FILME/AUDIOVISUAL: idéia (argumento), roteiro, storyboard, produção, edição, exibição

-ESTRUTURA básica VÍDEO-REPORTAGEM: pauta – tema – pontos de vista/entrevista/enquete – produção/gravação/vivo/passagem/off – roteiro – edição/trilha/imagens

-ESTRUTURA básica PROPAGANDA-COMERIAL: Marca/empresa – Produto/Serviço/Conceito – Público-Alvo – Estratégia Persuasão/Roteiro – Slogan

-Algumas estratégias de PERSUASÃO na publicidade: apelo ao humor/medo/drama/autoridade/celebridade/estereótipo; criação inimigos/problema; comparação/alusão; uso homem comum

-SLOGAN: frase de impacto resume essência, geralmente curta, afirmativa, sem erros gramaticais.

-Estética VIDEOCLIPE – vídeos curtos, sincronia som/imagem, edição dinâmica, atrativa/persuasão/consumo/cores/formas

ALGUMAS PROPOSTASTema: Consumo X Impacto ambiental

-Trecho inicial do filme “A ESTRADA” de John Hillcoat 2009 – 6min.

-Dicas filmes: “Avatar”; “Wall-e”; “A era do gelo”, “O dia depois de amanhã”, “Mad Max”

-Curtas interessantes: “Crianças invisíveis” (2005) – curtas de 7 diretores; “Paris, te amo” (2006) – curtas de 20 diretores;

-Projeto Cities of Love chega ao Brasil – Previsão em 2011 – “Rio, eu te amo”

-Vídeo-reportagens: “Como fazer VR - Rafinha Bastos” 2min, “Sacolas plásticas” 2min, “Construções” 7min.

-Documentário: “Ilha das Flores” de Jorge Furtado (1989) – 13min.

-Comerciais: 9 tipos (Tempo: média entre 15 e 60seg.)

-Videoclipes/músicas: Nacionais: Ideologia – Cazuza; Gabriel o Pensador – Astronauta, Lôra Burra, Retrato de um playboy, Até quando, Legião Urbana – Geração Coca-cola, Lulu Santos – Assim caminha a humanidade, Seu Jorge – Burguesinha, Titãs – Flores, Homem primata – Internacionais: Acqua - Barbie Girl, Madonna - Material girl, Radiohead - Fake Plastic Trees, Rage Against the Machine - Testify Music Video

Sugestões de alguns sites

www.telabr.com.br – oferece oficinas interativas on-line e material de filmes nacionais para trabalhar em sala de aula, além de conter um túnel do tempo do cinema mundial e brasileiro.

www.portacurtas.com.br – oferece curtas nacionais, roteiros e materiais que podem ser trabalhados em aula.

www.curtanaescola.com.br - oferecem curtas e material educativo para serem trabalhados em aula.

http://cinemanocja.wordpress.com - site do projeto de cinema do colégio Jardim Anchieta – Fpolis-SC com material on-line e vídeo-aulas de edição.

www.videotecaonline.com.br - videolocadora que disponibiliza consulta on-line e locação de filmes didáticos, separados por temas e afins. (exige critério de seleção do professor)

Sugestões de leitura

CARVALHO, Renata I. B. Universidade midiatizada: o uso da televisão e do cinema na educação superior. Brasília: Senad-DF, 2007.

CARRIÈRE, Jean-Claude. A linguagem secreta do cinema. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006.

DUARTE, Rosália. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002 - 2 ed.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2008.

TOULET, Emmanuelle. O cinema, invenção do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

VANOYE, Francis e GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. 5. ed. Campinas: Papirus, 2008.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ministro da Cultura lança projeto que levará cinema para todos os municípios do Brasil

O Globo - RJ, Evandro Éboli, em 4/11/2009

BRASÍLIA – O ministro da Cultura, Juca Ferreira, lançou esta quarta-feira o projeto “Cinema da Cidade”, na Câmara dos Deputados. O objetivo do projeto é instalar salas de cinema em todos os municípios do Brasil. Segundo o presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, 92% das cidades brasileiras não contam sequer com uma sala de cinema. Mas o projeto será financiando com emendas de parlamentares e cada complexo – que envolve duas salas de exibição com capacidade variável de 70 a 250 poltronas, projetor e equipamento sonoro, uma sala multiuso e uma bomboniére – custará R$ 1,5 milhão.

O projeto tem como alvo cidades com população que varia entre 20 mil a 100 mil habitantes. Há 1.177 municípios desse porte sem sequer uma sala de cinema.
- É preciso levar os filmes nacionais para o interior do país. Do que adiante financiarmos e produzirmos cem filmes por ano senão chega a todo o Brasil – disse Juca Ferreira.
Em tom de descontração, o ministro diz que aposta no sucesso de bilheteria do longa-metragem “Lula, o filho do Brasil”, que conta a história do presidente da República. Ferreira tratou de dizer que ainda não assistiu e que o custo da produção não passou pelo seu ministério. Perguntado sobre as chances de sucesso, respondeu:
- Sim, vai fazer sucesso. O personagem (Lula) é muito conhecido e muito querido. Talvez até mais que o Homem-Aranha e o Batman – disse Juca Ferreira.

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Projeto "Internet Para Todos" é lançado em mais dois bairros da Capital Imprimir

Os moradores dos bairros Bela Vista e Pedregal são os próximos beneficiados com o programa de inclusão digital "Internet para Todos", uma ação desenvolvida pela Prefeitura de Cuiabá em parceria com a empresa de informática Stelmat, cujo objetivo é levar sinal de internet gratuito à população de baixa renda.

No Bela Vista, a solenidade de inauguração do sistema de internet gratuita ocorre às 19h30, no centro comunitário do bairro, localizado na avenida Oátomo Canavarros. Já no Pedregal o programa será inaugurado ás 20h30, no centro comunitário que fica ao lado da igreja Assembléia de Deus.

A expectativa da Prefeitura é que até o final deste mês o sinal da internet chegue 100% gratuito às residências da Capital. O projeto já é realidade em bairros como o Pedra 90, Doutor Fábio e São João Del Rey, regiões pólos que atendem os bairros do entorno.

Como utilizar o sistema

O responsável técnico da Stelmat explicou que para utilizar o sistema o cidadão terá que adquirir uma antena USB 2510, que custa aproximadamente R$100 reais. Ele informou que o uso da antena é necessário caso o usuário esteja em uma zona distante de transmissão do sinal.

Ele disse ainda que o equipamento pode ser encontrado em todas as lojas de informática da cidade. Para as pessoas que não possuem recursos financeiros a antena também poderá ser financiada pelo Cuiabanco, o banco do povo do município. "O cidadão deixa de pagar a taxa mensal de internet para comprar o computador. O projeto visa a acessibilidade digital a todos como se fosse uma lan house pública", conclui.

Fonte:

CAMILO, Márcio. Projeto "Internet Para Todos" é lançado em mais dois bairros da Capital. Disponível em http://www.circuitomt.com.br. Acesso em 05 de março de 2010.

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Lula quer participação de todos no Plano Nacional de Banda Larga

Por Edileuza Soares, da Computerworld

“O governo não será o dono deste projeto sozinho”, disse o presidente. A próxima semana será decisiva para definição do modelo de execução.

“Já temos a proposta quase acabada”, garantiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta sexta-feira (5/2) ao se referir ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que passará por fase importante na próxima semana.

Lula fez essa confirmação durante a cerimônia de inauguração do Centro Nacional em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre (RS), onde aproveitou para mandar um recado aos que são contra a reativação da Telebrás para operacionalizar o programa do governo federal para universalização da internet no Brasil.

O presidente afirmou que ninguém deixará de ser ouvido no País sobre o PNBL, antes da reunião ministerial que acontecerá na próxima terça-feira, 10/2, para apresentação de uma proposta para colocar o programa em prática.

Lan houses

Até representantes do segmento de lan houses serão ouvidos, por determinação do presidente. Existem entre 6 mil e 8 mil estabelecimentos desses no Brasil, que são um dos principais meios para inclusão digital da população de baixa renda que ainda não tem computador em casa. Eles também darão sugestões para o PNBL.

O encontro deverá ser nos mesmos moldes dos que aconteceram esta semana com os representantes da sociedade civil, das operadoras de telecomunicações e provedores de internet. Todos ouviram do governo a intenção de construção de um projeto conjunto. E saíram mais tranqüilos.

O discurso acalmou até as operadoras, que no início da semana chegaram a reagir mal diante das notícias de intenção real do governo de reativação da Telebrás para prestação do serviço.

“Ainda é prematuro fazer qualquer afirmação com respeito à Telebrás”, afirmou Luiz Eduardo Falco, que foi um dos participantes da reunião realizada hoje em Brasília, comandada pelo cooredenador do programa de inclusão digital da Presidência da República, Cezar Alvarez e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra.

Regras claras

“ Fizemos algumas sugestões hoje sobre o plano”, disse o presidente da Oi. “Pedimos mais agressividade em impostos e a separação entre os temas competição e regulamentação”, afirmou o executivo, que considera a existência do PNBL boa para o Brasil, mas acha importante o estabelecimento de regras claras sobre a atuação de cada um na tarefa de universalização do serviço.

No discurso em Porto Alegre, Lula voltou a afirmar que o governo não quer estatizar a banda larga. Mas disse que, como até agora as empresa privadas não conseguiram disseminar esse serviço entre as classes menos privilegiadas, o governo o fará.

“Ninguém está a fim de levar nada para o pobre neste país. Ninguém está a fim de fazer a última milha se não for altamente lucrativo”, criticou o presidente, afirmando que só o Estado tem a responsabilidade de garantir acesso a todos, independente da classe social.

Para isso, Lula enfatizou que quer fazer parcerias. “Queremos trabalhar com todos, com a grande, pequena e microempresa”, disse ele, deixando claro que o governo não quer “ser dono desse projeto sozinho”.

Nas contas do governo, o PNBL custará aos cofres públicos cerca de 14 bilhões de reais até 2014. Bem abaixo do orçamento apresentado pelo Ministério das Comunicações, em estudo conjunto com as operadoras de telefonia, de 75 bilhões de reais.

http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/02/05/lula-quer-participacao-de-todos-no-plano-nacional-de-banda-larga/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Aula de ética é em casa, não na escola

por Gustavo Ioschpe - artigo

Estou começando a procurar escola para o meu filho, e fico impressionado com o que tenho ouvido e lido a respeito das escolas que procuro. Ouve-se falar pouco no desenvolvimento cognitivo, em aprendizagem, em ciências exatas. Menos ainda alguém se referindo a pesquisa empírica ou aos recentes achados de neurociência. Em compensação, dois temas são unanimidade: cidadania e ética. É uma distorção que me preocupa.

Em primeiro lugar, porque parece presumir que o ensino das matérias tradicionais é uma questão resolvida, e que se ater a elas seria algo menor, reducionista ou, como se diz com certo desdém: “conteudismo”. Não é. O Brasil vai muito mal nessa área, como comprovam todos os testes internacionais comparativos. Vai mal não apenas nas escolas públicas. As escolas privadas brasileiras também são, em geral, ruins, mas salvam as aparências por ter suas deficiências mascaradas pelos problemas ainda mais graves das escolas públicas. No Ideb, indicador de qualidade da educação do MEC, as escolas privadas têm nota média 6, em uma escala que vai até 10. No Pisa, teste internacional de qualidade de ensino, descobrimos que os 25% mais ricos do Brasil têm desempenho educacional pior que os 25% mais pobres dos países desenvolvidos. Ainda nos falta muito, portanto, para que possamos considerar a transmissão de conhecimento como tarefa cumprida.

Sei que há uma corrente de pensamento no país que acha que podemos e devemos fazer tudo ao mesmo tempo, e que priorizar a ética não significa descuidar do conteúdo. Deixo esse assunto para outro artigo, mas já adianto que não acredito que isso seja possível com o nível de institucionalização a que chegou o tema no Brasil. Atualmente o MEC exige que os livros didáticos de matemática (sim, matemática) atuem na construção da cidadania, estimulando “o convívio social e a tolerância, abordando a diversidade da experiência humana”. Seria melhor se esse espaço do livro e o tempo do professor fossem dedicados à atividade nada trivial de familiarizar o aluno com os conceitos básicos da disciplina. Mesmo quando conseguirem cumprir a função básica de ensinar matemática, português, ciências, não creio que os professores devam priorizar de forma ostensiva a pregação ética. São muitas as razões que me levam a essa conclusão. Em primeiro lugar, o desenvolvimento ético de uma criança é uma prerrogativa de seus pais. Acredito que um pai tem direito a infundir em seu filho padrões éticos divergentes do senso comum, que costuma nortear as escolas. Dou um exemplo claro. A questão da preservação ambiental virou um imperativo ético, e as escolas marretam esse tema insistentemente.

Para mim, conforme já expus em artigo aqui, o comportamento ético em um país com o nível de desenvolvimento brasileiro deveria ser privilegiar o desenvolvimento material humano, mesmo que isso implique algum desmatamento. O que me parece antiético é deixar gente sem renda para que árvores sejam preservadas. Não gostaria, portanto, que um professor ensinasse o contrário ao meu filho. O segundo problema é que não acredito que os professores brasileiros estejam preparados para travar a discussão profunda e multifacetada que o tema da ética exige. O mais certo é que a questão desande para o discurso panfletário, rasteiro, frequentemente ideologizado. Não imagino que o utilitarismo, o hedonismo ou o epicurismo sejam ensinados em pé de igualdade com correntes filosóficas que pregam as vertentes mais clássicas da moralidade judaico-cristã. E, sem esse contraponto, não se está ensinando ética, mas sim fazendo doutrinamento.

Essa dinâmica está diretamente atrelada a outro problema, que é a relação hierárquica que caracteriza o ensino formal. Se uma escola fizesse uma disciplina de ética opcional ou não avaliada, creio que seria possível que houvesse alguma evolução verdadeira por parte do alunado. Mas, no momento em que esse tema virou transdisciplinar e vale nota, é óbvio que os alunos minimamente atilados saberão conformar suas respostas às expectativas e inclinações de seus professores. Quando eu estava na escola, era formada por marxistas a maioria dos professores de história, português, geografia e outras disciplinas da área de humanas. Isso fazia com que eu e muitos outros colegas nos certificássemos de que toda resposta em prova incluísse alguma lenhada na burguesia e uma conclamação à construção de um mundo mais fraterno. Não por convicção, mas porque o nosso falso esquerdismo rendia notas melhores. Tenho certeza de que os mensaleiros, anões do Orçamento, sanguessugas e demais patifes também pregavam a justiça universal em seus tempos de escola.

Surge aí mais um problema do ensino-cidadão, que é a sua total inutilidade. A psicologia evolutiva demonstra que há um substrato ético que é genético e comum à nossa espécie e a alguns primatas. Complementando essa camada, acredito que a formação de uma consciência ética está indissociavelmente atrelada às experiências de vida, não a ensinamentos acadêmicos. Essa consciência se forma através de um sistema de recompensas e punições trabalhado primordialmente pelos pais de uma criança, desde seus mais tenros anos. É o receio da perda do amor paterno que nos leva a agir de forma ética, em um mecanismo inconsciente. Posteriormente, somam-se a essa base a história de uma pessoa e a fortaleza institucional do local em que ela vive.

O psicólogo Steven Pinker relata o exemplo do que aconteceu, literalmente da noite para o dia, quando a polícia da sua Montreal entrou em greve: uma cidade até então pacata e segura viu-se engolfada por uma onda de criminalidade que só cessou com o fim da greve. A população não sofreu um desaprendizado coletivo naquele período: ela agiu como muitos de nós agiríamos em um cenário em que as violações éticas não fossem punidas. Conhecer Sócrates ou Nietzsche não deve alterar o comportamento da maioria das pessoas. Para ser íntegra, a criança precisa receber orientação de seus pais e, depois, saber que desvios antissociais serão punidos. Alguns professores acreditam que podem sanar, com sua atuação, as deficiências da família e do estado. É ilusão. Um estudo recente das pesquisadoras Fátima Rocha e Aurora Teixeira, da Universidade do Porto, investigou a cola em 21 países e apontou haver relação direta entre a desonestidade em sala de aula e o índice de corrupção do país.

Para aqueles que imaginam que este autor é um defensor de uma escola amoral, explico-me. Acredito, sim, que a ética tem papel vital na escola, mas não no discurso, e sim na ação. Cabe à escola criar um ambiente de total liberdade intelectual, mas sem esquecer de aplicar no seu dia a dia os princípios éticos que norteiam a vida em sociedade. Com coisas simples e em todas as matérias: as aulas devem começar no horário, os professores não devem faltar, os alunos violentos devem ser punidos, as regras da escola devem ser aplicadas a todos. E eis aí o busílis da questão: ao mesmo tempo em que são incompetentes e doutrinárias no ensino da ética, nossas escolas são antiéticas em sua prática. O exemplo mais claro: a cola. No estudo citado, descobre-se que 83% dos universitários brasileiros já colaram, um dos índices mais altos do mundo. Cem por cento dos alunos brasileiros já viram alguém colando.

Nos meus tempos de aluno, havia gente colando na grande maioria das provas. É difícil imaginar que os professores não percebessem o que estava acontecendo. Em vários casos, os professores notavam e então caminhavam pela sala, parando perto do “colador”, ou às vezes chamavam seu nome. Mas, se não me falha a memória, em onze anos de escola jamais vi um único aluno perder a prova, a nota do bimestre ou sofrer sanção mais séria por um delito que é provavelmente o mais grave para um ambiente em que se preza o saber. O ensino da ética, em uma realidade assim, é um deboche. Mais do que um deboche, é um desserviço: quando nossas escolas falam sobre o tema e praticam o oposto, a mensagem implícita é que esse negócio de ética e cidadania é papo-furado, pois já na escola os trapaceiros se dão bem. Melhor seria não falar nada.

Fonte: Revista “Veja” – 26/06/10

Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação

Entrevista: Guilherme Canela Godoi por Nathalia Goulart

Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres. A avaliação é de Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à ciência e à educação. "Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional." O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de professores e a limitações de acesso à internet - problema que afeta docentes e estudantes. Na entrevista a seguir, Godoi comenta os desafios que professores, pais e nações terão pela frente para tirar proveito da combinação tecnologia e educação.

Qual a extensão do uso das novas tecnologias nas escolas brasileiras?

Infelizmente, não existem dados confiáveis que permitam afirmar se as tecnologias são muito ou pouco utilizadas nas escolas brasileiras. Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.

Quais devem ser as políticas públicas para incentivar as tecnologias em sala de aula?

Elas precisam ter um componente fundamental de formação e atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias. Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a equação "2 + 2 = 4". Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. Por fim, é preciso preocupar-se com a avaliação dos resultados para saber se essas políticas de fato fazem a diferença.

As novas tecnologias já fazem parte da formação dos professores?

Ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles.

Para os alunos, qual o impacto de conviver com professores ambientados com as novas tecnologias?

As avaliações mais sólidas a esse respeito estão acontecendo no âmbito da União Europeia. Elas mostram que a introdução das tecnologias nas escolas aliada a professores capacitados têm feito a diferença em alguma áreas, aumentando, por exemplo, o potencial comunicativo dos alunos.

As relações dentro da sala de aula mudam com a chegada da tecnologia?

O que tem acontecido - e acho que isso é positivo, se bem aproveitado - é que a relação de poder professor-aluno ganha uma nova dinâmica com a incorporação das novas tecnologias. Isso acontece porque os alunos têm uma familiaridade muito grande com essas novidades e podem se inserir no ambiente da sala de aula de uma maneira muito diferente. Assim, a relação com o professor fica menos autoritária e mais colaborativa na construção do conhecimento.

É comum imaginar que em países com um alto nível educacional a integração das novas tecnologias aconteça mais rapidamente. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes o professor tem uma formação deficitária, a incorporação seja mais lenta. Esse pensamento é correto?

Grandes questões sobre o assunto não se colocam apenas para países em desenvolvimento. É o caso, por exemplo, de discussões sobre como melhor usar a tecnologia e como treinar professores. O mundo todo discute esses temas, porque essas novas ferramentas convergentes são um fenômeno recente. Porém, também é correto pensar que nações onde as pessoas são mais conectadas e têm mais acesso a dispositivos devem adotar a tecnologia em sala de aula de modo mais amplo e produtivo. Outro fenômeno detectado no mundo todo é o chamado "gap geracional", ou seja, os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.

O senhor vê algum tipo de resistência nas escolas brasileiras à incorporação da tecnologia?

Não acredito que haja uma resistência no sentido de o professor acreditar que a tecnologia é maléfica, mas, sim, no sentido de que ele não sabe como utilizar as novidades. Não se trata de saber ou não usar um computador. Isso é o menor dos problemas. A questão em jogo é como usar equipamentos e recursos tecnológicos em benefício da educação, para fins pedagógicos. Esse é o pulo do gato.

Quais os passos para superar a formação deficitária dos professores?

A Unesco sintetizou em livros seu material de apoio, chamado Padrões de Competências em Tecnologia da Informação e da Comunicação para Professores. Ali, dividimos o aprendizado em três grandes pilares. O primeiro é a alfabetização tecnológica, ou seja, ensinamos a usar as máquinas. O segundo é o aprofundamento do conhecimento. O terceiro pilar é chamado de criação do conhecimento. Ele se refere a uma situação em que as tecnologias estão tão incorporadas por professores e alunos que eles passam a produzir conhecimento a partir delas. É o caso das redes sociais. É importante lembrar que esse processo não é trivial, ele precisa estar inserido na lógica da formação do professor. Não se deve achar que a simples distribuição de equipamentos resolve o problema.

Educomunicação é o novo curso de graduação da ECA

Revista Veja - On line

Serão oferecidas 30 vagas no período noturno e o curso terá duração de 4 anos.

De olho na combinação tecnologias e educação, a Universidade de São Paulo (USP) passará a oferecer a partir de 2011 o curso de educomunicação. A carreira já estará disponível para a escolha dos candidatos que se inscreverem no próximo vestibular da Fuvest. Serão oferecidas 30 vagas no período noturno e curso tem duração de quatro anos.

Para os licenciados no curso de educomunicação, o mercado de trabalho engloba dois ramos principais. O primeiro é trabalhar nas escolas - para a educação básica, especialmente o ensino médio. Além disso, os profissionais podem atuar como professores de comunicação ou consultores para projetos pedagógicos que envolvam qualquer uma das mídias: rádio, TV, jornal, internet, cinema. Outra opção é trabalhar em empresas de mídia, onde há vagas como produtores ou consultores para projetos educacionais. A formação, porém não habilita o profissional a atuar como jornalista, relações públicas, publicitário ou em outras áreas profissionais da comunicação.

O manual do candidato 2011 da Fuvest estará disponível a partir do dia 2 de agosto e as inscrições para o vestibular acontecem entre os dias 27 de agosto e 10 de setembro. A taxa é de 100 reais.

(Com informações da agência USP)

Educadores não podem temer novas tecnologias

por Nathalia Goulart - Revista Veja Online

A educação não pode mais ser planejada no contexto da "era de Gutemberg" - ou seja, dos tipos móveis e, portanto, do livro de papel. Na visão de Salete Toledo, especialista em educação e editora executiva da Edições SM, é preciso pensar o ensino em constante contato com as novas tecnologias e mídias. Para isso, os currículos escolares precisam assimilar as tecnologias, o que, na visão de Salete, demanda transformações nas intituições de ensino. "Nossa escola segue um modelo fechado. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações, e essas informações estão fora dos muros da escola", diz a especialista, convidada a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista com ela.

No âmbito da educação, as novas tecnologia vêm sendo aplicadas de maneira efetiva no Brasil?
De maneira geral, o uso das mídias ainda não é efetivo. Existem algumas experiências em curso, mas são projetos incipientes e ainda há um longo caminho a ser percorrido. O projeto Um Computador por Aluno, por exemplo, é uma experiência efetiva. Também temos escolas – principalmente as particulares – que usam recursos para ministrar aula interativas, como as lousas digitais. Essa realidade, porém, ainda não está disponível para todos os estudantes e professores.

Uma recente pesquisa da Fundação Victor Civita mostrou que 72% dos entrevistados não se sentem seguros em utilizar computadores na escola. Como a senhora enxerga essa situação?
Ainda existe um investimento a ser feito na formação dos professores. Algumas universidades começam a tratar das novas tecnologias em seus currículos, mas esse ainda é um fenômeno muito recente. A dificuldade dos professores é fruto de falta de conhecimento.

Quais os maiores desafios em matéria de integração da tecnologia às escolas?
A primeira dificuldade está na escola. Nossa escola hoje é uma escola fechada e com horários determinados. Precisamos de um ambiente onde possam circular mais informações. E essa informações estão fora dos muros da escola. É preciso pensar também em uma mudança de currículo e da forma como encaramos a escola. O papel do professor mudou – ele já não é mais o detentor do conhecimento, mas apenas o mediador e precisa de orientação para isso. Essa é a grande reflexão que precisa ser feita: dentro dessa nova realidade, o que podemos fazer para ajudar esse professor a se aproximar dessa realidade tão viva que está fora da escola? Os desafios são variados, vão desde o material que o docente não possui até a própria visão do que a escola é. Esses são os grandes desafios – e eles são grandes mesmo!

A escola muitas vezes é descrita pelos alunos como cansativa e pouco atraente. A incorporação das novas tecnologias pode aumentar o interesse dos alunos pelos conteúdos?
Elas facilitam na medida em que são usadas de forma significativa. Se eu quiser apresentar um conteúdo de gramática usando o computador da mesma forma que faria sem a máquina, não teremos nenhum impacto, e o aluno terá, igualmente, pouco interesse. Porém, se eu usar uma tecnologia para fazer com que o aluno participe do conhecimento e construa junto com outros colegas conceitos, textos e projetos, isso pode ser interessante. O aluno já faz isso fora da escola, mas a escola ainda não se apropriou disso. Se as tecnologias forem usadas de um modo significativo para o aluno, com certeza ele vai se sentir participante, porque deixará de ser expectador e passará a ser colaborador. Não é mais possível pensar em uma educação na era de Gutemberg. Não temos mais livros apenas. Temos livros, filmes, celulares, laptops etc. Temos uma quantidade enorme de possibilidades.

Temos bons exemplos de professores que já incorporaram a tecnologia?
Conheço professores, jovens principalmente, que já tomaram essa iniciativa. Outro dia, um professor de inglês me contou que pede para seus alunos consultarem um dicionário no celular. Isso é proibido em outras escolas, mas ele conseguiu dar a isso uso significativo dentro da aula. Ele deu sentido à tecnologia. Muitas vezes, o aluno se perde no uso do computador e da internet na sala de aula porque falta sentido e foco na atividade.

Os celulares já são amplamente acessíveis e oferecem muitas possibilidades - fotos, filmagens, mensagens e mesmo a internet. Contudo, a maioria das escolas prefere proibi-los, assim como o uso das redes sociais e de outros aparatos. Essa é uma atitude correta?
Proibir o uso do celular é nadar contra a corrente. O jovem usa o celular da mesma forma que usa boné. Precisamos descobrir maneiras de usá-lo pedagogicamente. E ele pode ser uma ferramenta importante para trabalhar a questão do conhecimento colaborativo. Vivemos em uma era digital, já não é o conhecimento particular e individual que prevalece. E o celular é isso, é uma forma de transmitir conhecimento. Claro que algumas escolas proíbem porque não sabem o que fazer com o aparelho.

Em termos de tecnologias na educação, o que se deve evitar?
É preciso ter muito claro o objetivo de cada proposta ou tudo fica muito solto. Se o aluno tem foco, ele não vai usar a internet pra procurar outras coisas além daquilo que está sendo pedido. Se o professor der foco, os conhecimentos se tornam significativos. O que o professor deve evitar, então, é deixar tudo muito aberto e assim se distanciar do universo do aluno. O professor tem que se aproximar para conquistar o aluno.

Lugares de Ensino do Audiovisual, e a Licenciatura em Cinema e Audiovisual da UFF

por João Luiz Leocadio

As inovações tecnológicas são marcas do desenvolvimento humano em todas as civilizações e, frequentemente, são utilizadas para caracterizar e demarcar uma época, ou uma geração. A Idade dos Metais frente a Idade da Pedra pode exemplificar uma dessas referências ao apontar para algumas transformações sociais produzidas pela descoberta dos modos de usar o cobre, o bronze e o ferro. As classes dominantes reforçavam sua posição de poder e dominação pela posse de utensílios e produtos de metal, desde objetos simples de uso domiciliar, passando por adornos pessoais até chegarmos às armas para caça e defesa, o que levou a configurar hábitos sociais e práticas comerciais que resultaram na estratificação econômica da população a partir do acesso a determinados artefatos de metais.

Com o audiovisual não é diferente. Surgido no século XX, através do cinema, da televisão e das mídias digitais, o audiovisual teve seu acesso ampliado gradativamente começando pelos grandes salões, com a primeira exibição de cinema no Gran Café em Paris, até se disseminar para grandes contingentes da população que pouco a pouco foi ganhando acesso. Tal qual os adornos de metais, que marcaram uma Era na Pré-História, o audiovisual marcou o século passado com a difusão de cultura nas grandes salas de exibição até chegar às residências populares nas zonas rurais e de periferia.

Embora seja verdade que parte da população mundial esteja na idade da pedra das imagens, nós aqui no Brasil desfrutamos de algumas oportunidades estimulantes para nos inserir na Era do Audiovisual, ainda que não façamos parte das classes dominantes da linguagem audiovisual. A democratização dos meios de comunicação fazem parte desse debate e a defesa individual e a caça de opressores substituiu as armas de metal por câmeras de qualquer tamanho e formato.

O audiovisual ampliou a presença das imagens na sociedade diversificando as possibilidades de difusão de cultura, fazendo com que surgissem novos valores de modernidade e de poder, análogo aos que existiam na Pré-História com o uso dos metais, a partir da onipresença das imagens. Estabeleceram-se novas hegemonias e dominações a partir de quem produz imagens e sons em relação a quem consome audiovisual, fenômeno que se insere na discussão mais ampla dos meios de comunicação, e que são características de uma nova organização social: a sociedade audiovisual.

Ao lado desse fenômeno de consumo é inegável o papel singular que o audiovisual tem desempenhado no apefeiçoamento dos processos de comunicação, seja ele pessoa a pessoa ou em sistemas de difusão de informação em massa. A facilitação do acesso aos meios de produção e difusão de conteúdo tem se acelerado vertiginosamente a partir dos anos 80 do século passado obrigando a sociedade a incorporar esses dispositivos como insumos básicos de consumo e de uso para trocas sociais.

Certamente que no contexto das comunicações é preciso registrar o advento do telégrafo, dos correios, do rádio, como antecessores da indústria criativa do audiovisual, mas é inquestionável que a combinação de som e imagem potencializaram o diálogo multisensorial até então inexistente. Essa combinação de sentidos resgata toda uma história de arte e criação revelando novas qualidades dos elementos constitutivos dessa nova forma de expressão: a linguagem audiovisual.

É nesse contexto que devemos olhar o ensino do cinema e do audiovisual. De uma lado a cadeia produtiva da indústria da comunicação, do outro a criação e a experimentação de uma nova linguagem expressiva com o potencial ilimitado das artes dos sons e das imagens.

Desde as primeiras escolas soviéticas dos anos 20 até os dias de hoje, essas duas perspectivas se fazem presente e exigem forte consistência acadêmica para propiciar uma sólida formação técnica e artística para os alunos. Não se trata apenas de repassar procedimentos técnicos ou soluções já consagradas mas é preciso instigar a pesquisa e a investigação na inovação que, no caso da arte, é imaterial.

O valor de consumo é substituído pelo valor subjetivo. O produto disputa com o processo o foco da realização. São questões que confrontam o próprio conceito de indústria, habituada a ser um ambiente construído para multiplicação e reprodução de modelos existentes. Esse amplo conceito, para toda uma indústria, exige um complexo conjunto de ações formulado por diferentes atores sociais, que incluem agentes públicos e privados, cujas iniciativas visam ampliar o acesso a produção e consumo do audiovisual, particularmente o nacional

Na Universidade Federal Fluminense esse debate ocorre há mais de quarenta anos http://www.ufscar.br/rua/site/?p=1962" e um pouco do que é produzido no curso é exibido em festivias e mostras, nacionais e internacionais, assim como é refletido em monografias disponíveis na Revista Rascunho ,a href="http://sites.google.com/site/monografiascineviuff/">http://sites.google.com/site/monografiascineviuff, enquanto que as dissertações e teses se juntam a outros esforços parcialmente sistematizados em sites de cinema, como é o caso do mnemocine www.mnemocine.com.br. O questionamento político e social, a problematização dos costumes e hábitos culturais, o conhecimento científico e o desenvolvimento de um pensamento crítico sobre o cinema e o audiovisual, são temas recorrentes para se pensar quer na escola ou fora dela.

Esse caminho iniciado por Nelson Pereira dos Santos em 1968, tem como uma de suas principais marcas a realização audiovisual com liberdade criativa. Esse fundamento é base para todo o projeto de uma escola que pretende formar indivíduos capazes de intervir em novos processos a partir de um olhar estético formulado pelo cinema. Essa pedagogia tem permitido que nossos ex-alunos atuem no mercado profissional do cinema, da televisão, da telefonia celular e, mais recentemente, na do videogame, além de contribuir para a construção de novos ambientes de ensino, seja em escolas livres de cinema, seja na organização de cineclubes, mostras, festivais, além de participarem no campo político na gestão de projetos de incentivo à difusão do audiovisual. Por isso defendemos propostas de financiamento público para jovens realizadores cujo perfil profissional se define durante essa imersão em mercados formais e informais http://www.revistaglobalbrasil.com.br/?tag=cezar-migliorin sem o que podemos perder a oportunidade de revelar carreiras artísticas ocultas em subempregos ou em empregos para subsistência.

Esse amplo perfil profissional faz parte das diretrizes curriculares formuladas pelo FORCINE – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual, aprovadas em 2006 pelo Conselho Nacional de Educação http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_06.pdf, é fruto das experiências de ensino de cinema no Brasil ocorridas a partir dos anos 60, com destaque para a Escola Superior de Cinema da Universidade Católica de Minas Gerais, a Escola Superior de Cinema São Luiz, e os cursos de cinema da Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e a Universidade Federal Fluminense. Desde então surgiram novas escolas de Cinema e Audiovisual nas Universidades Públicas e Privadas em todo o território brasileiro.

Enquanto isso, prospera no Brasil, em espaços não formais, experiências bem sucedidas de ensino de cinema como a do Vidigal, ligada ao Grupo Nós do Morro, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, as oficinas de audiovisual na Maré e na CUFA (Central Única de Favelas) e tantas outras. Oficinas de fotografia como as promovidas pelo Programa Agência-Escola Imagens do Povo http://www.imagensdopovo.org.br assim como projetos de realização audiovisual na pré escola apoiado pela Faperj http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=5541 demonstram o que o esforço para difundir e ensinar o audiovisual se constituem em linhas de ação tanto de organizações não governamentais como de instituições públicas.

Destaca-se, também, um programa do Ministério da Cultura designado como Cine Mais Cultura, que está implantando 1.600 salas de exibição de cinema brasileiro em instituições da sociedade civil articuladas com o poder público, numa clara demonstração de que o Estado brasileiro também quer contribuir para a superação das barreiras culturais impostas pelo atraso no desenvolvimento de uma indústria audiovisual nacional. O novo passo desse ambicioso e inédito projeto é inserir essas salas de exibição nas escolas públicas, fazendo reacender os ideais que fundaram o INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo dos anos 30. (Em Brasília, por meio de emenda parlamentar, esse projeto já está em implantação nas 87 escolas públicas do Distrito Federal.) Com a mesma urgência de fazer chegar o cinema nas escolas, tramita o projeto de Lei do Senador Cristovam Buarque, que prevê a exibição de 2 horas semanais de cinema nacional nas escolas públicas. É um projeto importante e que se articula com a política nacional de cultura do MinC de levar o audiovisual para o cotidiano do ambiente escolar.

É nesse contexto de urgências, que a UFF diagnosticou a necessidade de capacitar profissionais formados na área do cinema e do audiovisual para assumir o lugar de ensino nas escolas e planejar esses cursos, uma vez que quase todas essas experiências tem sido conduzidas por pessoas com alguma formação em cinema ou em áreas afins. O curso de Licenciatura em Cinema e Audiovisual visa contribuir para a consolidação dessas ações além de ampliar a dimensão do cinema descrita nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte ftp://ftp.fnde.gov.br/web/pcn/05_08_artes.pdf e que tem sido negligenciada há décadas nas escolas públicas.

O projeto elaborado pelo Departamento de Cinema e Vídeo em 2009 foi incluído no Programa Reuni, do Governo Federal, como parte dos compromissos da UFF com a expansão de vagas nos vestibulares universitários. Trabalhamos com a possibilidade de oferecimento de 20 vagas no vestibular em 2011/12 dependendo da conclusão das obras já iniciadas no campus do Gragoatá, em Niterói-RJ, às margens da Baía de Guanabara.

O curso terá a duração de quatro anos com disciplinas do campo do Cinema e do Audiovisual, como História do Cinema Brasileiro, História do Cinema Mundial, Teoria e Linguagem Cinematográfica, Narrativas Audiovisuais, e outras, além das de Ciências Humanas e Sociais, de Estudos de Linguagem, de Artes e da Educação.

O projeto pedagógico contemplou metade da carga horária obrigatória com disciplinas teórico-práticas voltadas para a produção audiovisual e para a prática de ensino do audiovisual em sala de aula. São oficinas que privilegiam o processo de realização de vídeos com celulares, webcameras, câmeras digitais, e animação gráfica, e a pesquisa audiovisual desenvolvida com alunos no Colégio Universitário da UFF.

Outro aspecto diferencial do programa pode ser chamado de “liberdade acadêmica”, pois o aluno poderá definir e escolher cerca de 25% da carga horária de acordo com os seus interesses específicos, com uma orientação docente. Esse deverá ser um facilitador para que pessoas com outras formações possam ser acolhidas na Licenciatura em Cinema e Audiovisual. Queremos incluir egressos de história, física, matemática, português, biologia, geografia e tantas outras áreas de conhecimento que tem demonstrado, de forma consistente, interesse na pesquisa e na prática audiovisual.

Esperamos, como essa iniciativa, estabelecer um ambiente de permanente reflexão sobre as diversas modalidades de ensino do audiovisual, difundindo a pedagogia da criação baseada na experiência estética do cinema, além de conscientizar os indivíduos sobre o campo de estudo das imagens na Era do Audiovisual.

Metais para todos!

Original em: http://www.kinooikos.com/tutoriais/lugares_do_ensino-2/35/