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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Análise fílmica: 'Epílogo' de Simone Bastos (2013)

Este ano (2018), os alunos do 2EM, da Disciplina de Cinema da Escola da Ilha, onde trabalhamos a sensibilização para a fotografia no cinema, assistiram o curta premiado "Epílogo" de Simone Bastos (2013) e iremos fazer uma atividade de análise da fotografia do filme, que por sinal é belíssima.


O filme está disponível no youtube:


Ficha técnica:


No curta-metragem "Epílogo", dirigido por Simone Bastos, é mostrada a história de amor e separação de um jovem casal. Eles acabam por perderem-se um ao outro por medo de enfrentar a realidade. A narração em francês foi adaptada do poema "Amor e Mentira" de Andrè Bastos. O elenco tem os atores Lorenna Mesquita, Claudio Marinho e participação de Gabrielly Alencar, que estreia no cinema aos cinco anos de idade. 


Epílogo / Ficha Técnica:
Roteiro: Simone Bastos, Claudio Marinho e Sue Pavão
Direção: Simone Bastos
Assistente de direção: Claudio Marinho
Elenco: Lorenna Mesquita, Claudio Marinho e Gabrielly Alencar
Direção de produção: Anete Pitão e Simone Bastos
Assistentes de produção:  André Bastos, Viviane Bernard e Geraldo Machado
Direção de fotografia: Alexandre Fuchigami
Assistente de câmera: Ricardo Koan
Direção de arte: Viviane  Bernard e Ana Luisa Aun.
Figurinos e visagismo: Viviane Bernard
Trilha sonora: Claudio Hodnik
Montagem e edição: Diego Merulla
Still: Sergio Alexandre
Realização: Deroul Filmes, Cia. Fé Cênica, Locadora Elitecam e Cafeína Produções.

Confira frames do filme para análise:













segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Atividade: Criação de Personagens


Escrita Criativa - criação de personagens

A partir de projetos fotográficos como "O que você carrega na sua bolsa?" de Jason Travis, que apresenta pessoas e alguns objetos pessoais, os alunos foram desafiados a analisar a personalidade dos "personagens" das fotos escolhidas, criando perfis com características físicas, sociais e psicológicas, inserindo-os numa história ficcional curta!




Teve vendedor de sorvete psicopata; veterano de guerra; jovem em crise existencial e muito mais!!

Esse exercício foi realizado para ajudar no processo criativo de construção livre de personagens que acontecerá no encontro seguinte!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Quase tudo sobre cinema!!



Folheando minha Revista Preview de agosto, deparo-me com o anúncio de um portal no youtube sobre história do cinema chamado QUASE TUDO SOBRE CINEMA.

Entrei para conferir o conteúdo e descobri OURO!! Imperdível!!

O criador e apresentador Pablo Diego consegue sintetizar de uma maneira dinâmica e clara, em vários micro-episódios, um pouquinho sobre a história do cinema e suas peripécias através do tempo. Confira:

Episódio 1: Pré-cinema - Louis Le Prince, um dos pioneiros do cinema, e sua obra Leeds Bridge.

Episódio 2: A invenção do cinema - Irmãos Lumière

Episódio 3George Albert Smith e os primeiros planos cinematográficos

Episódio 4: O mágico Georges Méliès

Episódio 5: Planos, movimentos, efeitos e afins

Episódio 6Edwin S. Porter e a noção de continuidade +  o cinema 3D

Episódio 1 - piloto: Cinema Nacional

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cinema e História: "Sociedade dos Poetas Mortos"

Adorei o post desse blog e compartilho com vocês as questões formuladas para trabalhar o filme numa aula de história e que serve como ótimo ponto de partida. Elas também podem servir para discussões em outras aulas, com outros temas transversais e outras abordagens.   

Fonte original: aqui.

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Trabalho de História sobre o filme: 
“Sociedade dos poetas mortos”


"Professor: Sanger Amaral Alves Nogueira

Aluno(a):

Questão 1: O filme se passa numa escola particular no ano de 1959. A escola do filme era a mais recomendada para se entrar numa boa faculdade. Vimos na matéria do primeiro ano que durante a Idade Média a sociedade era organizada de forma estamental: o indivíduo estava determinado pelo seu lugar de nascimento. O iluminismo e a sua defesa da autonomia do indivíduo transformaram o modelo de sociedade para o atual. Contudo, alguns costumes ainda persistem. De que maneira os jovens alunos do filme ainda sofrem com os antigos costumes da sociedade estamental?

Questão 2: Segundo o diretor da escola, existiriam 4 pilares para o sucesso no método de ensino: tradição, disciplina, honra e excelência. Na versão dos alunos, os 4 pilares se transformavam em: terror, excremento, decadência e paródia. Os alunos não acreditavam naquilo, mas, mesmo assim, aceitavam as regras do jogo. Na sua opinião, qual seria o motivo dos alunos respeitarem um regra em que eles não acreditavam?

Questão 3: Cite algumas diferenças em relação à sala de aula de 1959 e a nossa sala de aula.

Questão 4: As aulas do senhor Keating questionavam justamente o propósito dos alunos estarem na escola. A relação entre o conhecimento e o aluno não pode ser apenas de memorização. A medicina, o direito e a engenharia são essenciais para a vida, no entanto, o ser humano precisa da poesia para falar sobre ele próprio. Keating é taxativo: “Tornem suas vidas extraordinárias: carpe diem!” Cite 1 atitude dos personagens do filme dentro do espírito do carpe diem.

Questão 5: Você consegue se identificar com algum personagem do filme? Justifique.

Questão 6: O modelo de educação proposto pela escola do filme entrou em colapso a partir da segunda metade do século XX. O “carpe diem” atualmente é muito mais valorizado do que na década de 50. Anúncios de bebidas, produtos tecnológicos e a propaganda em geral nos estimulam a gozar a vida mediante a compra e o consumo de seus produtos. No nosso mundo particular, o gozar a vida se define pela quantidade de pessoas com que “ficamos” numa noite. Será que a juventude de hoje conseguiu tornar suas vidas extraordinárias? Desejamos saber sua opinião: o carpe diem proposto pelo professor Keating é o mesmo gozar a vida que estamos acostumados hoje? Justifique.

Dica: Lembre-se do poema falado no filme: “Fui à floresta porque queria viver de verdade/ Eu queria viver profundamente e retirar toda a essência da vida/ Fazer apodrecer tudo aquilo que não era vida e não, quando eu morrer, descobrir que não vivi”

Questão 7: O trecho a seguir reproduz o conteúdo do documento que acusa o Sr Keating de estimular idéias subversivas nos seus alunos. Leia o trecho e responda a pergunta:

“Tenho aqui uma descrição detalhada do que acontecia nas reuniões da Sociedade dos Poetas Mortos. As aulas do professor Keating serviram como fonte de inspiração para o comportamento egoísta dos alunos. O professor encorajou Sr Perry em sua obsessão por atuar mesmo sabendo que essa não era a vontade de seus pais. A atuação do professor Keating foi o responsável pela morte de Neil Perry”

Você assinaria o documento? Justifique.

Obs: Lembre-se que, caso você não assine, você será expulso de uma das melhores escolas e, provavelmente, o seu futuro profissional correria um sério risco."

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Livro: Arte é... cinema!


Pessoal!! Lá vai mais uma indicação bem legal de livro de cinema para crianças, da autora Núria Roca. Custou R$28,50 + frete e comprei pelo site da Editora Escala Educacional.

O livro é bem fininho, mas reúne um conteúdo bacana sobre história e características do cinema (composição de planos, funções das pessoas, uso do som, luz, etc), com linguagem bem acessível para o público infantil. Há ainda sugestões de atividades básicas e ilustrações bem legais.

Fica a dica! =)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Livro: Luz, câmera, ação!


Ontem encontrei este livro-claquete infanto-juvenil super legal!!! Ao abrir a caixa, várias surpresas: guia para o 'diretor' com informações básicas sobre cinema (linguagem fácil e clara), dividido em ficção, documentário e animação!

Além disso, há várias pastinhas para ajudar com efeitos especiais e sonoros e um caderno de storyboard bem bacana!!

É um ótimo material para planejar e preparar aulas para qualquer faixa etária - e usar, claro!!! Recomendo!!!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

"O feijãozinho falante" de Janice de Bittencourt Pavan

A autora Janice, Mirele e eu!

No final de março tive o prazer de prestigiar o lançamento do livro "O feijãozinho falante" da escritora e ilustradora Janice de Bittencourt Pavan, mãe de minha grande amiga Larissa (minha madrinha de casamento, chá de panela, cupida, fofa, etc e tal!).

O livro foi inspirado numa redação escolar da Larissa (filha da autora), quando estava na 2ª série, e é voltado para o público infantil, onde narra a história delicada da personagem Lara e seu feijãozinho falante, além de conter atividades educativas ao final, envolvendo interpretação de texto, experiências práticas e incentivo à expressão artística. 

O bacana do livro é seu potencial educativo, já que pode ser utilizado como simples narrativa, em contação de histórias, encenações ou até como ideia para fazer um vídeo de animação, além de complementar as experiências escolares em biologia, plantando feijões e observando o ciclo da natureza e da vida em si. 

Vale a pena a leitura e como dica de trabalho em sala de aula!!!

Ah!! Um detalhe fofo, no lançamento do livro, cada convidado recebeu um saquinho com um feijão de cada tipo (preto, branco, carioca, etc) e um jogo de palavras para brincar!! Amei!!!

Coleção "No caminho das artes" de Raquel Coelho

 

Recentemente comprei estes dois livros (R$39,90 cada): "A arte da animação" e "A arte dos quadrinhos" da autora brasileira (que reside na Califórnia) Raquel Coelho, voltados para o público infanto-juvenil. Os livros fazem parte da coleção "No caminho das artes" que conta com outros dois livros sobre teatro e música.

Com uma linguagem simples e dinâmica, cheios de 'ilustrações' da 'própria autora', os livros são ótimas opções para trabalhar a história de cada uma destas artes em sala de aula (animação, teatro, música e HQ). Eles também vem com caderno de atividades super bacana, com foco na criação em cada uma das modalidades!! As instruções para construir brinquedos ópticos no caderno de animação é imperdível!

Recomendo super e estou torcendo pela versão específica sobre cinema, já que animação e HQ abordam um pouquinho das técnicas básicas! hehehe =)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mundo Estranho - Loucuras do Cinema


Já está nas bancas esta edição especial (Março 2012) da 'Revista Mundo Estranho - Loucuras do Cinema'!! Eles compilaram diversas reportagens, antigas e recentes, super curiosas e bizarras sobre cinema.

O bacana é que o projeto gráfico é divertido e dinâmico, o que potencializa a revista como material didático para aulas temáticas de cinema.

Para trabalhar em sala de aula, recomendo as seguintes reportagens:

-Como é a produção de um filme?
-Como é filmada uma cena?
-Como é pós-produção de um filme?
-Como fazer seu próprio filme?
-Como funciona um projeto de cinema?
-Quando surgiu um trailer de cinema?
-O Brasil, segundo Hollywood.
-O mundo em 3D - Sobre Avatar

quarta-feira, 13 de julho de 2011

8 jeitos de mudar o mundo para crianças

Matéria original aqui.

A Fundação Educar DPaschoal criou uma cartilha especialmente para crianças, que dá dicas de como a gente pode melhorar o mundo, começando com a nossa casa, escola, rua etc.

A cartilha é colorida, linda e muito fácil de entender. Quer ajudar o mundo? Quer ensinar às pessoas como elas também podem ajudar, em vez de só reclamar que está tudo tão ruim? Leia aqui!

A Fundação também criou uma cartilha para professores usarem em sala de aula. Veja aqui!

8 jeitos de mudar o mundo


Achei a cartilha muito bacana e resolvi colocar a listinha aqui, com algumas adaptações de texto. É uma forma legal de trabalhar alguns temas com os alunos. A própria cartilha propõe algumas atividades, mas ainda assim, eu mesma acrescentei novas sugestões.

Jeito 1 - Acabar com a fome e a miséria.

Sugestão de atividade: Os alunos podem anotar e debater ideias de como acabar com a fome e/ou a professora pode sugerir pesquisa de receitas que aproveitem partes dos vegetais que, geralmente, são jogadas no lixo e fazem bem para a saúde, como cascas e restinhos de comida que podem ser usados em outras receitas. Depois os alunos podem produzir as receitas na escola e convidar os pais para experimentar e aprender a fazer.

Jeito 2 - Proporcionar acesso à escola e à educação de qualidade a todos.

Sugestão de atividade: os alunos podem anotar e debater ideias de como tornar a escola um espaço mais agradável e sobre a importância de estudar. Podem listar problemas, como falta de professores, material e até falta de alunos. Podem criar cartazes falando as coisas boas da escola e fazer um painel de profissões.

Os alunos também podem montar uma biblioteca e espaços de leitura. E incentivar os colegas a lerem e fazer contação de histórias.

Jeito 3 - Respeitar as pessoas, seja homem ou mulher.

Sugestão de atividade: A professora pode passar algum filme de curta ou longa duração, ou usar algum trecho, que trate de diferença sexual (homem/mulher - hetero/homossexual), raciais e físicas (branco/negro - loiro/moreno - gordo/magro), classes sociais e religião (pobre/rico) e debater com as crianças sobre a importância de respeitar as pessoas e suas diferenças, etc. 

Sugestão de filmes: "Crianças invisíveis",  "Diário de um banana", "Tarzan", (depois coloco mais)

A escola pode também reunir os pais e fazer uma troca de experiências, onde os pais podem contar o que fazem no trabalho, habilidades que tenham com culinária, esporte, costura, etc. As crianças perceberão que em cada contexto, cada pessoa pode contribuir de uma forma diferente.

Jeito 4 - Cuidar da higiene das crianças

Jeito 5 - Cuidar das mães grávidas

Jeito 6 - Prevenir doenças

Sugestão de atividade: A professora pode convidar um médico para conversar com os alunos e suas famílias sobre gravidez e doenças que podem ser evitadas com medidas simples. Depois os alunos podem fazer um mural sobre hábitos de higiene que podem ajudar a prevenir doenças.

E o médico também pode falar sobre doenças mais graves, como aids, malária, dengue e da importância da prevenção e como evitar disseminação da doença.

Jeito 7 - Evitar o desperdício de água, o descarte inadequado do lixo e o desmatamento.

Sugestão de atividade: Os alunos podem fazer uma campanha na escola para iniciar ou aumentar a coleta de reciclável e incentivar os pais a fazerem o mesmo. Eles podem elaborar cartazes, flyers com listas de hábitos para economizar água; procedimentos de como reciclar o lixo ou descartá-lo adequadamente.

Os alunos podem ainda fazer uma oficina de brinquedos ou invenções com lixo reciclado. Depois podem expor na escola e convidar os pais e a comunidade.

Jeito 8 - Trabalhar em equipe

Com todas as atividades acima, a professora pode debater da importância da atividade em equipe e de cada membro fazer a sua parte!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

História em Quadrões da Turma da Mônica

 

Recentemente adquiri exemplares da 'História em Quadrões" da Turma da Mônica, volume 1 e 2, encontradas na livraria Nobel do Floripa Shopping. (Vi na Saraiva também!)

É um livro voltado para o público infantil, reunindo diversas imagens clássicas de pinturas e obras que marcaram a História da Arte, articuladas com algumas informações básicas e releituras divertidas, onde personagens dos quadrinhos são utilizados para compor paródias super engraçadas.

As ilustrações foram iniciadas e expostas pela primeira vez em 2001 na Pinacoteca do Estado de São Paulo e recebeu mais de 1 milhão de visitas. Com isso, a exposição já circulou por cidades de todo país e agora pode ser visualizada em forma de livro.


É uma forma bacana de iniciação à História da Arte, pois instiga as crianças a viajarem pela História através das paródias de Maurício de Souza. Vale a pena dar conferir!!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Composição imagem - características principais


A composição da imagem segue algumas convenções herdadas da pintura clássica e modificadas a partir do desenvolvimento das artes gráficas e digitais. Depende também em grande parte de pesquisas sobre a percepção visual relacionada ao sentido que se dá às imagens, estudadas principalmente pela Gestalt. São de modo geral comuns à cultura imagética ocidental e se referem a uma educação visual já assimilada durante a educação e a
exposição aos meios de comunicação. Essa linguagem visual está presente, portanto, na maioria dos produtos da mídia. A seguir, algumas dicas que podem servir de parâmetro para criar o que se considera uma “boa” imagem já adaptada para a televisão.


Regra dos terços - Os sujeitos principais se colocam na interseção das linhas que dividem vertical e horizontalmente a tela em 3 partes iguais.

Proporções - O valor expressivo do tema muda em função do lugar onde se coloca o sujeito principal. Quanto mais alto e à direita está o enquadramento, maior a força pictórica.
 
Ritmo visual - As linhas verticais e diagonais promovem um ritmo enfático. Já as linhas horizontais e suaves sugerem um ritmo apaziguante.

Influência emocional de contraste tonal - Na criação da decoração e da colocação da luz: luz e sombra criam situações emocionais na imagem. A abundância de tons escuros não vai bem em TV, pois os tons escuros estão relacionados a um efeito pesado, sombrio, sórdido e sério. Os tons claros, ao contrário, proporcionam um efeito alegre, delicado, aberto e simples.

A cor e a imagem - Detalhes de cor não são detectados na TV. Cores quentes e frias têm significados diferentes. O peso pictórico é afetado pelo calor, por isso compor massas em uma imagem com pequenas áreas de cor saturada (escura) para equilibrar zonas maiores de cor não saturada (claras). A cor e a emoção estão relacionadas: o vermelho é igual a cólera, poder e força; o verde é igual a primavera, frescura; enquanto o branco lembra neve, o que é puro, delicado e frio.

Escala - Existe uma relação aparente de tamanho que a imagem transmite. A audiência julga interpretando várias chaves visuais: comparando o entorno com o sujeito que se conhece o tamanho; comparando o sujeito com sujeitos de tamanhos conhecidos; em função do espaço dentro do enquadramento; relacionando a perspectiva da tomada.

Atitude do sujeito - As atitudes associadas ao ator podem modificar sua força efetiva. Atitudes débeis: visões de lado ou atrás, caído, olhando para baixo, agachado, movimento lento. Atitudes fortes: visão de frente, cabeça levantada, punhos cerrados. O tratamento de câmera ressalta ou anula esses efeitos: visto do alto, o enfurecido fica frívolo, se visto de baixo sua força dramática é aumentada.

Sentido visual - É preciso respeitar a direção do olhar, o que significa sempre deixar mais espaço à frente que atrás. O enquadramento do rosto deve ser feito deixando os olhos a cerca de um terço da
imagem a partir de cima. Do mesmo modo, é necessário um espaço à frente do tema. Para isso, deixar espaço livre no sentido em que o tema se move para dar equilíbrio e reforçar o seu significado.

Velocidade das linhas de composição - O olhar observa formas a velocidades diferentes. As linhas curvas sugerem um velocidade pausada, enquanto as linhas retas dão a impressão de correrem rapidamente. A vitalidade da imagem como um todo vem do ajuste entre linhas rápidas que permitem entrecruzamentos abundantes. Linhas e formas simples atraem mais rapidamente a atenção que as complexas e desconexas.

Continuidade de ação - É preciso criar uma coerência na direção do movimento da imagem, na velocidade e posição do tema de um plano para outro.

Linha de ação e regra dos 180º - Para evitar descontinuidade visual dos temas em movimentos, gravar os planos sempre de um dos lados da linha de ação num ângulo de 180º, para evitar que haja uma quebra de sentido na direção do acontecimento, que é antinatural. Assim, o que segue em frente não pode, de repente, voltar sem que tenha mudado de direção.

Continuidade da linha dos olhos - Em quaisquer planos sucessivos de duas pessoas olhando ou falando com outras, é necessário que ambas sejam apresentadas olhando em sentidos opostos, viradas uma para a outra. A correspondência da linha do olhar confirma a relação espacial. Essa
continuidade também serve para a direção do olhar para objetos em geral.

Continuidade das aparências – Essa naturalidade é necessária, por exemplo, para manter a coerência da aparência geral e detalhada de um tema de um plano para outro e ao longo de toda uma seqüência. Essa continuidade é válida para iluminação, ação e posições de um plano para outro, detalhes dos fundos, figurino.

Fluxo de imagens - Uma maneira de manter a continuidade sem choques é mudar a dimensão (enquadramento) e o ângulo da câmera entre dois planos, para evitar que o tema salte na imagem. Para isso, pode-se usar uma dinâmica de plano e contraplano, ou seja, inverter os ângulos para dar idéia de continuidade visual. Planos devem ser complementares, opostos e ter a mesma dimensão para reforçar a relação entre os temas. Por isso, é preciso pensar visualmente a interligação das cenas, não em termos de planos isolados, mas de seqüências de imagens eficazes que progressivamente definam o sentido do tema.

Coisas a fazer em composição:
*Manter as horizontais niveladas, especialmente quando se faz panorâmica.
*Manter as verticais direitas quando se inclina a câmera.
*Afastar os elementos importantes da beirada da imagem.
*Decidir previamente quais as primeiras e as últimas imagens que serão utilizadas quando se fizer panorâmica, uma zoom ou inclinar câmera.
*Compor mentalmente e executar primeiro.
*Estar pronto para ajustar enquadramento ou compor de novo quando se grava objetos em movimento.
*Deixar espaço livre entre o topo da cabeça das pessoas e o rebordo da imagem.
*Deixar espaço à frente do tema para reforçar o sentido de orientação da imagem.
*Confiar nos olhos para avaliar a cor. O visor só mostra preto e branco.
*Criar profundidade experimentando com os fundos, a focagem e a iluminação.

Coisas a não fazer em composição:
*Não cortar as pessoas pelas articulações.
*Não mover sempre a câmera acompanhando o tema.
*Compor planos de ação estática.
*Não deixar que objetos estranhos nasçam da cabeça das pessoas.
*Não filmar tema verde sobre fundo verde. Desaparecerá...
*Não centrar sempre seus temas. Deslocar e equilibrar com outros elementos.
*Não seguir sempre as regras. Habituar-se a olhar analiticamente o que se vê na televisão.
 
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Fonte: CRUZ, Dulce Márcia. Introdução a Mídia e Conhecimento. Apostila do Curso de Especialização para Gestores de Instituições de Ensino Técnico do SENAI, Turma 4. Disciplina 1 do Terceiro Módulo. Florianópolis: PPGEP/LED, 2000.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Planos Cinematográficos




http://www.youtube.com/user/allycollaco#p/a/u/0/YGd9Pk9aetw

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Videoclipe, estética e linguagem: sua influência na sociedade contemporânea

Compactado do Original: http://www.iscafaculdades.com.br/nucom/PDF/ed12_artigo_juliano.pdf


O homem, a comunicação e a tecnologia


O ser humano, como ser social, teve que desenvolver suas habilidades de comunicação para se relacionar com seus semelhantes. Por comunicação se entende o processo onde há troca de informações entre sujeitos ou objetos, utilizando sistemas simbólicos como suporte para esse fim.

Pegue-se como exemplo duas pessoas conversando frente a frente, ou através de mímica, ou por intermédio de um programa de mensagens instantâneas como o MSN, entre uma infinidade de maneiras de se comunicar.

Comunicar-se é interagir e trocar informações. E o homem, no seu processo evolutivo, desenvolveu uma série de técnicas e tecnologias para aperfeiçoar sua comunicação. Escrita, música, desenho, telégrafo, telefone, televisão, internet, entre outros, foram algumas das formas do homem se comunicar ao longo da sua evolução. Tecnologias recentes foram aprimoradas, configurando a estética do moderno para o contemporâneo, com foco nas diferentes formas de expressão. Novas tecnologias, novas linguagens, formas de expressão com forte apelo visual e sonoro, foram criadas e entre elas está o videoclipe.


O videoclipe


Um filme curto, com os elementos música, letra e imagem interagindo para provocar a produção do sentido. O que é? É um videoclipe.

E, para que ele possua sentido é necessário respeitar certos aspectos. A montagem, o ritmo, os efeitos especiais (visuais e sonoros), a iconografia, os grafismos, e os movimentos de câmera, ao se convergirem, produzem a linguagem do videoclipe.

A palavra videoclipe é uma palavra inglesa introduzida no nosso vocabulário e designa um filme curto, em suporte digital. Devido ao predomínio quase total dos vídeos musicais e publicitários na produção mundial de vídeos curtos – e porque os vídeos publicitários têm uma designação própria – durante algum tempo o videoclipe quase foi sinônimo de vídeo musical. Mas com o aparecimento da Internet de banda larga e a difusão de vídeos através dela, a palavra videoclipe tem vindo a regressar em seu sentido original: filme curto.


Estrutura e produção do Videoclipe


A produção de um videoclipe profissional se assemelha muito a de um filme longo. São necessárias gruas, refletores e continuístas espalhados por todo o espaço. Assim como no cinema, também é necessária a confecção de um roteiro, que orienta os trabalhos a serem desenvolvidos.

Muitos diretores brasileiros conseguem produzir os videoclipes a orçamentos relativamente baixos. Um clipe custa em média R$ 65.000, enquanto um comercial sai entre R$ 150.000 e R$ 500.000. A criatividade é sem dúvida a modeladora do produto.

Masson salienta que no Brasil não existe a profissão de "diretor de videoclipe". Geralmente, os que se dedicam a este ramo são publicitários e que, muitas vezes, buscam uma espécie de vitrine para o seu trabalho, já que a atividade não proporciona muito lucro, mas tem boa visibilidade – principalmente por que o diretor tem seu nome creditado logo abaixo do nome da música (2006).

Para Thiago Soares, jornalista e professor universitário, para produzir um videoclipe é preciso, primeiramente, esquecer a idéia de que tudo precisa ser bonito e esteticamente bem feito. “O lance do videoclipe é a mistura de imagens e linguagens” (2006).

O videoclipe, antes de qualquer coisa, serve para materializar a música. É uma forma de fazer com que a mensagem seja transmitida através de imagem, o que muitas vezes ajuda no entendimento da mensagem. Por isso, não há a necessidade de se ter regras exatas para produzi-lo, basta ter uma câmera na mão, a música e uma boa idéia na cabeça.

Assim como nem sempre as pessoas interpretam um quadro ou um poema da mesma forma, nem sempre é possível fazer com que todos entendam a mensagem do vídeo ou da música. A criação e produção de um videoclipe também podem ser abstratas, como na maioria das formas de arte.

Foi-se o tempo em que os videoclipes se resumiam em um simples vídeo com a banda tocando ou o vocalista com um microfone na mão. Hoje em dia eles são mais elaborados, permitindo a comparação da produção de videoclipes com a produção de cinema. Pode-se, por exemplo, contar uma história através do videoclipe, ou seja, ao se utilizar a canção (onde está a narrativa) é possível trabalhar o produto como se fosse

fazer um filme. Isso implica na confecção do roteiro, no uso de atores, argumentos e uma série de recursos utilizados no cinema, antecessor do videoclipe.


O cinema


A busca humana por uma forma de registrar o movimento pode ser comprovada por indícios históricos, como o desenho e a pintura nas paredes das cavernas que representavam os aspectos dinâmicos da natureza e da vida humana – através das figuras havia uma história, uma narrativa.

Entre várias experiências como o jogo de sombras na China, a câmara escura e a lanterna mágica, que constituem os fundamentos da ciência óptica e, portanto, torna possível a realidade cinematográfica, ao longo do século XIX, foram inúmeras as tentativas humanas para registrar e captar as imagens da vida real.

Com o desenvolvimento técnico e industrial da fotografia, fotógrafos e cientistas se interessaram particularmente pela análise do movimento em sua progressão de tempo. Este estudo seria possível pela obtenção de imagens sucessivas do mesmo corpo, o que reproduziria o movimento, retendo dessa forma as ações.

Com a criação do cinematógrafo dos irmãos Lumière – Louis e Auguste, em 1895, o cinema veio à luz. Esses industriários franceses estavam interessados no estágio da síntese efetuada pelo projetor, pois era somente aí que se podia criar uma nova modalidade de espetáculo. Isso permitia que o movimento e o tempo real se projetassem nas telas, fazendo do cinema um espetáculo e um documento e testemunho da história.

Ao congelar instantes, mesmo que bastante próximos (destaca-se que o movimento é o que se dá entre esses instantes congelados), o cinema trabalha com a ilusão do movimento. Assim, a ilusão cinematográfica opera com um movimento abstrato, uniforme e impessoal. O cinema sugere que o movimento pode ser feito de instantes estáticos. Ele nos oferece uma “imagem-movimento”, ou seja, uma imagem em que os elementos variáveis interferem um nos outros, dando a impressão de que as imagens se movimentam, quando na verdade são apenas seqüências congeladas.


As primeiras projeções e suas leituras


No princípio do cinema, os filmes eram exibidos como curiosidades ou peças de entreato nos intervalos de apresentações ao vivo em circos, feiras ou carroças. Essa maneira de difundir a arte cinematográfica permaneceria viva em zonas suburbanas ou rurais, em pequenas cidades do interior e em países economicamente atrasados até os anos 60.

Nos grandes centros urbanos dos países industrializados, a história era diferente. As exibições de filmes se concentravam em casas de espetáculos de variedades, nas quais também se podia comer, beber e dançar – eram conhecidas por music-halls na Inglaterra, café-concerts na França e vaudevilles ou smoking concerts nos Estados Unidos.

O cinema não era uma atração exclusiva, nem mesmo a principal: era apenas uma atração entre tantas outras oferecidas nos vaudevilles. A própria duração dos filmes – que duravam alguns segundos e não mais que cinco minutos – impedia sessões exclusivas nos primeiros anos do cinema. O público desses locais se constituía principalmente pelos imigrantes e pelas camadas proletárias provenientes das industrias.

Entre 1895 até meados da primeira década do século XX, os filmes produzidos eram registros dos próprios números de vaudeville, ou então contos de fadas, pornografia, truques de ilusionismo. Os filmes produzidos na época eram classificados como “paisagens”, “notícias”, “tomadas de vaudeville”, “incidentes”, “quadros mágicos” e “teasers” (eufemismo para designar a pornografia).

Foram necessários ajustes ao longo de pelo menos duas décadas de história para criar uma linguagem específica para o cinema, a criação de filmes de longa duração, entre outros aperfeiçoamentos como o som e a cor.


Surgimento do Videoclipe e o videoclipe no Brasil


Com o desenvolvimento do cinema, foi possível realizar uma série de inovações. Dentro desse contexto surgiu o videoclipe – cujas raízes estão fincadas no cinema de vanguarda de 1920. Nessa época já se tentava articular uma montagem com música e efeitos para criar um novo tipo de narrativa, própria do meio audiovisual e livre da linearidade existentes na literatura e no teatro.

Em 1930 e 1950, a chamada “Era de Ouro”, surgiram maneiras (e clichês) de como narrar cenas a partir de melodias – o que contribuiu para a linguagem audiovisual. Antes disso a imagem e a música eram sincopados na construção da narrativa.

Apesar dos musicais da época terem uma “norma” de estabelecer uma sincronia entre letra, música e coreografia, a linguagem do videoclipe foi responsável por quebrar essa regra de sintonia, dando mais liberdade para a criação.

Novas estéticas e linguagens surgiram em 1950. Elas se originaram com as vanguardas da Nouvelle Vague francesa (Godard) e o Neo-realismo italiano (Rosselini), além do cinema do degelo soviético (Tarkovski).

Entre 1960 e 70, a chamada videoarte – expressão artística que utiliza a tecnologia do vídeo em artes visuais – se consolidou. Um dos principais expoentes dessa corrente foi o pintor e cineasta estadunidense Andy Warhol, além de outros influenciados pela Pop Art, que promoveram forte integração com músicos (principalmente de rock) e outros artistas vanguardistas da época.

No Brasil, um dos principais representantes que auxiliou na videoarte “verdeamarela”, foi Arnaldo Antunes, poeta, músico e artista visual paulista.

Com a chegada da fita de vídeo nos anos 70 e do videocassete doméstico nos anos 80, foi possível a reprodução da experiência cinematográfica de forma íntima, residencial, privativa. Antes disso, as exibições só eram possíveis dentro de salas de exibição coletiva.

Todos esses processos foram importantes para aproximar as pessoas do que viria a ser uma linguagem jovial, atrativa e contemporânea: o videoclipe.

No ano de 1975, mais especificamente na Rede Globo, em seu programa Fantástico, surgia o primeiro clipe nacional produzido e transmitido para o Brasil de forma massiva: “América do Sul”, interpretada por Ney Matogrosso e dirigido por Nilton Travesso.

Até 1981, somente o Fantástico produzia e os exibia. Esses videoclipes eram relacionados com as músicas transmitidas nas novelas e se interligavam com os grandes artistas da época. A partir daquele ano, algumas produtoras independentes passaram a produzir videoclipes buscando se diferenciar do “Padrão Globo”, mas sem se distanciar muito dele.

Nessa mesma década surgiu na tv aberta diversos programas cujo foco era o videoclipe. Na extinta Rede Manchete era exibido o “FM-TV”. Na Record e na Gazeta eram transmitidos “Videorama” e “Clip Trip” respectivamente. Na TV Cultura era apresentado o “Som Pop”; no SBT Rio era exibido o “Realce”; na Bandeirantes o “Super Special” e na Globo, além do Fantástico, existia o “Clip Clip”.

Mas o que representou uma revolução no Brasil na questão dessa nova linguagem audiovisual, foi o surgimento da MTV brasileira, que cunhou um novo estilo para os adolescentes. Era a estética videoclipe interferindo nos costumes e hábitos nacionais.


Estética Videoclipe


A partir dos anos 80, os vídeos musicais que se desenvolveram apresentaram uma linguagem e uma estética própria, chamadas de “Estética Videoclipe”. Ela é caracterizada por uma montagem fragmentada e acelerada, com narrativa não linear, imagens curtas, justapostas e misturadas, variedade visual, riqueza de referências culturais e uma forte carga emocional nas imagens apresentadas. Todos esses elementos reunidos se transformavam num produto de impacto e de fácil absorção: o videoclipe.

O termo “Estética Videoclipe”, além de ser aplicado aos clipes musicais propriamente ditos, também se aplica a outras produções audiovisuais, que

acompanham valores da televisão musical, ilustrativa e sincronizada com sucessos da música pop. A mídia vanguardista desse seguimento é, sem dúvida, a MTV (Music Television).


Estética MTV


Nascia um fenômeno cultural no dia 1º de agosto de 1981: a MTV norteamericana (Music Television), que resultaria na criação de uma nova linguagem e estilo direcionada ao jovem. A MTV começou em Nova York e, com a expansão nacional do

cabo, tornou-se disponível para a maioria dos Estados Unidos na metade dos anos 80.

Por suas próprias produções e seleções de vídeos que fazia, difundiu e firmou novos gostos para as gerações seguintes. Diante disso, alguns autores, como o marxista estadunidense Fredric Jameson, se referem ao fenômeno como “Estética MTV”. Esta estética está fortemente ligada aos valores e às ideologias do fenômeno cultural conhecido como pós-modernidade.

No Brasil, a MTV nasceu no dia 20 de outubro de 1990. De acordo com o pesquisador Guilherme Bryan,“os videoclipes da MTV passaram a ditar o que era sucesso entre os jovens. Até os anos 80, o sucesso vinha das músicas das novelas. Já na década de 90 e hoje, se tornou possível fazer sucesso a partir de outro meio que não a Rede Globo, que é a MTV. Temos exemplos em bandas como Skank, Nação Zumbi, Planet Hemp, Pato Fu, CPM 22, Detonautas Roque Clube - grupos cujas histórias se confundem com a do videoclipe no Brasil e mais especificamente na MTV”.(apud Veríssimo, 2005)

Conforme o pesquisador, videoclipe e a MTV são essenciais para a compressão da geração dos anos 90 e da atual também. Eles representam a consolidação, no Brasil, da cultura rock’n’roll iniciada na década de 50 nos Estados Unidos.

Outro fator importante que o autor destaca é o potencial consumidor de uma nova classe: os jovens. Diante desse novo nicho, muitos produtos relacionados à estética difundida pelos videoclipes foram lançados no mercado. Entra nesse ponto a discussão sobre a indústria cultural.


Indústria Cultural e videoclipe


O fenômeno da indústria cultural – um produto da Revolução Industrial, capitalismo liberal, economia de mercado e sociedade de consumo – surge no cenário da produção cultural. A partir do século XX, os meios de comunicação de massa (como a TV e o rádio) deram as bases para a cultura de massa, que é produto da indústria cultural: a massificação da cultura, o fazer em série para grande número de pessoas.

O termo “indústria” se deve à racionalização das técnicas de distribuição, e não estritamente ao processo de produção, em que a cultura é consumida e comercializada como uma coisa qualquer. A reedificação, ou “coisificação” do homem – o valor absoluto das coisas, dos bens, acima de qualquer coisa – resulta na alienação, em que o ser humano se limita a um mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, um objeto. E os jovens, dentro dessa ótica, passaram a receber passivamente uma mensagem divulgada pelos meios de comunicação através de uma linguagem jovial, atrativa e que representava um novo estilo: o estilo MTV.

O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar: é só escolher. O sistema da indústria cultural reorienta as massas e não permite que ela saia de seu contexto, para tanto, os esquemas do comportamento são expostos incessantemente – e a massa absorve esses esquemas como que por osmose.

Portanto, o adolescente nesse contexto engoliria e reproduziria o que o meio propagasse, sem permitir uma crítica de si e da sociedade.

Os videoclipes lançam modas, sejam com fins artísticos ou comerciais, induzindo o expectador a se vestir e agir conforme sua banda preferida, a consumir os seus produtos e ter determinado estilo. Nessa ótica, poderia se afirmar que é o sistema capitalista comandando a cultura.


A influência do videoclipe


A partir dos anos 80 muitas músicas se tornaram conhecidas também em função de seus videoclipes. É difícil imaginar a música “Segredos”, do Frejat, por exemplo, sem lembrar da animação que a acompanhou. Existem muitos outros exemplos como este. Além disso, o videoclipe também popularizou formas de comportamento, desde o modo de se vestir até a maneira de se gesticular ou dançar. Imagine o que seria de Madonna e Michael Jackson sem seus respectivos videoclipes. Por isso, pode-se dizer que os videoclipes são excelentes meios para os jovens conhecerem melhor o que pensam, como se vestem e de que maneira se comportam os seus ídolos musicais.

A MTV americana ainda se constitui da exibição de videoclipes, mas sem a mesma ousadia de antes. Hoje, os clipes mais criativos, por exemplo, estão em sites como o YouTube.


Videoclipe e sua utilização na propaganda


Com a criação da MTV brasileira, abriu-se um espaço de programação dedicada a videoclipes. No começo, a MTV estava associada ao incentivo à criação de ídolos fugazes e à cultura rock. A partir da década de 90, ela modificou seu papel e começou a lançar os principais álbuns fonográficos brasileiros.

É também nessa época que a publicidade se inspira no videoclipe para divulgar produtos. Exemplo disso é a campanha da Rider, que se alimentou no gênero videoclipe para realizar suas produções.

A linguagem publicitária ia além de uma simples propaganda de chinelos. Ela foi capaz de criar uma esfera de consumo muito mais abrangente e sedutora, veiculada de uma forma atrativa e jovem. O uso do sentimento – sendo esse mais importante que a narrativa – e a utilização do formato música são características do estilo MTV. Diante dessa ótica e inspirada nesse molde, a Rider segue essa proposta em seus comerciais. As regravações trazem sempre um tom pop – vinculado ao público jovem, ao universo videoclipe e interpretadas por uma banda ou cantor que fazem sucesso no “momento”.

A música não faz menção aos chinelos, apenas se utiliza de um sentimento que é exaltado através da veiculação da imagem em sincronia com a música. Essa dose exaltada de sentimentos consegue cativar o telespectador e, portanto, atingir seu objetivo: vender uma imagem de produto interessante, atrativo e jovial.


Videoclipe como produto comercial


O videoclipe, inserido numa cultura de massa, passou a ter um grande valor e a ser utilizado como estratégia de marketing. Para que isso fosse possível ele foi transformado numa peça promocional com a função de disseminar a canção-título e promover a banda, em outras palavras: vender CDs, DVDs e outros produtos vinculados a banda.

Atualmente os videoclipes estão atrelados com as novas tecnologias. Muitas vezes eles vêm junto ao CD como faixa multimídia (enhanced CD), são exibidos na Internet (sites como www.youtube.com) e também existem coletâneas de alguns artistas em DVD que reúnem todos os videoclipes de uma banda ou de um cantor.

O objetivo é bem claro: promover a música. Mas, ainda de acordo com Bryan, não justifica dizer que os videoclipes são um produto ruim só por terem caráter

comercial. O bom videoclipe é aquele que consegue fazer com que a canção fique mais interessante e que leve o telespectador a se interessar pelo CD. Afinal, desde que existe a tal “indústria cultural”, o que não é comercial?


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Mais do que a junção de imagem, música e letra, o videoclipe representou uma nova forma de linguagem. Conseguiu, por meio de uma linguagem jovial e atrativa, influenciar toda uma geração. Ele também é responsável pela movimentação financeira no que diz respeito à produção cultural pós-moderna. Esse mecanismo audiovisual influencia e direciona pessoas no modo de consumir, de se vestir, agir, e ter seu próprio estilo. É um meio pelo qual pessoas, principalmente os jovens, se identificam e buscam uma forma de se padronizar conforme o grupo que convivem.

Mas infelizmente, apesar do videoclipe ter forte influência na sociedade, ele é um gênero pouco estudado de acordo com o pesquisador Guilherme Bryan. Há pouca pesquisa em torno da produção e a grande dificuldade em encontrar dados sobre os videoclipes antigos.

“Para se ter uma idéia, quem foi consultado na MTV sequer sabe o diretor do primeiro videoclipe deles, Garota de Ipanema" (interpretado por Marina Lima). Tudo isso está influenciando a vida dos jovens, mas não se tem o cuidado de pesquisar e arquivar esses documentos. É um assunto esquecido quando se pensa em produção audiovisual brasileira”. (BRYAN, 2006)

A linguagem ou estética do videoclipe apresenta-se como uma forma atrativa e interessante de divulgar informações. Através da junção de imagens, sons e construções narrativas é possível, por meio dessa linguagem, fazer com que os estudantes de

comunicação social possam explorar novas formas de transmitir informações e dados de maneira a atingir adequadamente o público jovem, por exemplo.

Com o advento das tecnologias, principalmente a de sites de difusão de vídeos como Youtube, abre-se um leque muito grande para a experimentação e realização de trabalhos com essa linguagem.

Diante desse contexto, o videoclipe dá mostras que sua influência é demasiada grande na sociedade contemporânea – o que reforça a idéia de que ele deve ser usado como difusor cultural e informativo.